Professor da Ufes lança livro sobre a participação do movimento negro na história da educação capixaba

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Gustavo Forde, autor do livros "Vozes Negras" - Foto: Zélia Siqueira

Será lançado nesta terça-feira (19), no Espírito Santo,  o livro “Vozes Negras na história da educação: racismo, educação e movimento negro no Espírito Santo (1978-2002)”, do professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Gustavo Forde.

A obra trata do papel do movimento negro e a histórica da educação no estado. Fruto de sua tese de doutorado em Educação, o livro será lançado  juntamente com palestras e atividades de formação para professores nas 10 microrregiões do Espírito Santo.

O estudo de Forde busca preencher lacunas historiográficas importantes para pensar a educação no Espírito Santo, levando em conta a presença da população negra e o protagonismo dos movimentos sociais em sua história.

São quatro capítulos com recortes específicos. No primeiro, o professor apresenta um panorama sobre a constituição da militância negra no estado a partir de 1978, quando o movimento negro se rearticula.

O segundo capítulo implica a busca de fontes orientadoras sobre a educação, como relatórios de governo, planos de educação, diretrizes, desde o início do século passado. A partir dessa análise é possível mostrar como tema da raça e do racismo é ausente nelas.

Uma transformação nesse quadro vai ser apresentada no terceiro capítulo, que fala sobre a constituição da pauta e a institucionalização da negritude na educação, mostrando como e por quê a educação se torna uma pauta central no movimento negro.

“Hoje, quando pensamos a agenda política do movimento negro contemporâneo, temos várias questões, quilombolas, renda, trabalho, religião, extermínio da juventude negra, mas a educação se constitui na principal pauta”, afirma o autor em entrevista ao portal Século Diário.

Gustavo Forde, autor do livros “Vozes Negras” – Foto: Zélia Siqueira

Para escrever a obra Forde pesquisou mais de 200 fontes desde registros da imprensa local até planos de governo e documentos produzidos pelo movimento negro, assim como entrevista com 14 militantes.

O último capítulo do livro aborda a ressignificação do ser negro e a internacionalização da luta contra o racismo, discutindo a negritude e o combate ao racismo como princípio educativo para o movimento negro e o combate ao racismo numa perspectiva da diáspora africana pelo mundo e na luta pela descolonização da África.

“No livro vamos encontrar muitas mudanças educacionais nos anos 90 e 2000 e perceber como o tensionamento do movimento negro durante décadas, denunciando o racismo na educação e depois formulando propostas, contribuiu fortemente na reelaboração dos currículos da educação no Estado”, diz o professor.

O trabalho foi desenvolvido por dentro do Núcleo Capixaba de Pesquisa em História da Educação (NUCAPHE – Ufes). Gustavo Forde é doutor em Educação e professor do Centro de Educação da Ufes, onde atua com foco nas relações étnico-raciais.

Confira abaixo os locais e datas já confirmados do lançamento:

19 de março – 17h – Ifes Colatina

21 de março – 15h- Ifes Nova Venécia

25 de março- 18h30 – Auditório do Centro de Educação da Ufes em Vitória

28 de março – 13h30- Ifes Ibatiba

9 de abril – 13h – Auditório EMEFM Mariano Ferreira de Nazareth em Domingos Martins.

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