Praticantes de religiões de matriz africana são recebidos a tiros ao fazerem oferenda: “É preciso mobilização nacional”

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Um homem que estava na sacada de uma casa é acusado de efetuar seis tiros em direção a um cortejo para Iemanjá, na Praia da Bica, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, realizado no último domingo. Para Djeff Amadeus, advogado e coordenador do Instituto de Defesa da População Negra, é muito importante que haja uma mobilização nacional em relação ao caso. Ele também afirma que o agressor deverá ser acusado por racismo religioso e possível tentativa de homicídio contra os praticantes das religiões da umbanda e candomblé presentes no local.

Foto: Ogilvy Brasil

“Segundo as investigações, já foi identificado o autor das agressões e a qualquer momento isso virá a tona. Também de acordo com os relatos, o agressor estava acompanhado da esposa e do filho que participaram das práticas racistas e devem ser chamados a depor. As câmeras de segurança da localidade já foram requeridas e outras também serão, o que vai ajudar na denúncia do caso.”, explica Djeff.

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De acordo com a denúncia dos fiéis, além dos disparos, foram feitos ataques verbais ao grupo com palavras como “macacos”, “macumbeiros” e “demônios”. Ainda segundo testemunhas, o agressor foi orientado pelo filho a jogar a arma no chão ao perceber que estava sendo filmado. Segundo o Instituto Cultural de Apoio e Pesquisas às Tradições Afro (Icapra), os disparos acertaram apenas a água. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância Religiosa (Decradi-RJ), nesta terça-feira (8).

Vale lembrar que a intolerância religiosa, com a demonização dos cultos e das manifestações das religiões de matriz africana também é uma forma de racismo. Essa perseguição remonta ao período do Brasil Colonial, quando os africanos eram impedidos de cultuarem seus próprios deuses.

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