População negra dos EUA é a que mais sofre com a pandemia; números são alarmantes

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O novo coronavírus está atingindo desproporcionalmente os negros nos Estados Unidos. No estado de Lousiana, no sul do país, 70% das pessoas infectadas são negras, sendo que apenas 33% da população local é composta por negros. O anúncio foi feita na última segunda-feira (6) pelo governador, John Bel Edwards.

Em Chicago, Illinois, a desproporção se repete: 72% das pessoas mortas no estado são negras, sendo que estas compõem apenas um terço da população da cidade. Lori Lightfoot, primeira mulher negra a ser eleita prefeita de Chicago, anunciou os dados na segunda-feira.

População negra é a que mais sofre nos Estados Unidos (Foto: Kathleen Flynn/Reuters)

“Esses números são impressionantes. É um momento que pede a ação de todos. Está entre as coisas mais chocantes que já vi como prefeita”, declarou.

Números divulgados na terça-feira mostram que o panorama é igualmente preocupante no Alabama. Apenas 27% da população local é negra, mas 44% dos mortos por Covid-19 no estado são negros. Vale lembrar que, nos Estados Unidos, negros representam apenas 13% da população total.

O problema do Sul

Lousiana, Illinois e Alabama são estados do sul dos EUA. E não é coincidência: a região foi a última a abolir o trabalho escravo, em 1865, e as pessoas negras que lá residem ainda sofrem os efeitos do pós-escravização. Em 1930, muitos bairros de população majoritariamente negra ficaram sem oportunidades de emprego e moradia por decisões do Governo. Isso contribuiu para que ocorressem surtos de asma e diabetes nesses locais, posto o estado de vulnerabilidade ao qual essas pessoas foram submetidas. Assim como no Brasil, os governos agora propõem o isolamento social para combater a propagação do covid-19, mas pessoas com menos estrutura precisam continuar trabalhando e se expondo aos riscos da contaminação. Os esfeitos da escravização continuam visíveis.

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