Polícia investiga tortura no caso do quilombola agredido no RN

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Um homem negro foi agredido e espancado na cidade de Portalegre, interior do Rio Grande do Norte, no último sábado (11). As cenas foram registradas pela população e, segundo o delegado da cidade, Cristiano Gouveia da Costa, na segunda-feira (13), “surgiram novas informações, inclusive o vídeo que mostra uma possível tortura”.

As imagens mostram o homem amarrado e sendo pisado pelos comerciante – Foto: Reprodução

O vídeo, que circulou nas redes sociais, mostra o comerciante Alberan de Freitas Epifânio dando chutes em um homem negro quilombola, morador em situação de rua. De acordo com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), a vítima é da Comunidade Quilombola do Pega.

No vídeo, é possível ver Alberan desferindo um chute nas costas do homem caído e uma outra mulher pede ”não mate, não”. O comerciante responde: “Mato, mato ele. O que é meu eu tenho o direito de defender”.

Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na Delegacia de Pau dos Ferros, antes do vídeo com as agressões ser divulgado, pois o próprio agressor registrou ocorrência, afirmando que um homem teria jogado pedras em seu estabelecimento.

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O relato que chegou à delegacia é que uma pessoa embriagada teria jogado pedras em um comércio. O dono do estabelecimento teria chegado ao local, visto os danos causados ao seu comércio e teria prendido o causador do dano até a chegada da polícia. A situação foi levada para a Delegacia de Plantão e o caso foi registrado. Mas, no dia de hoje (segunda-feira, 13), surgiram novas informações, inclusive o vídeo que mostra uma possível tortura”, disse o delegado de Portalegre ao G1.

Após a divulgação das imagens, é possível notar que Alberan de Freitas, na verdade, amarrou e espancou o homem. A Polícia Civil informou que as investigações agora tramitam na Delegacia Municipal de Portalegre, onde serão apuradas as circunstâncias do crime e ouvidas todas as testemunhas.

“Sem ter ouvido ninguém, só pelo vídeo, a gente já vê um crime de tortura porque o homem está preso, amarrado, e é agredido de forma covarde”, disse o delegado Cristiano Gouveia da Costa.

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