Polícia Civil abre inquérito para apurar caso de racismo contra vendedora em Unaí

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A vendedora Ludmila Lorrayne Pereira dos Santos recebeu uma mensagem com os dizeres “Eu odeio negros”, em resposta a uma mensagem de feliz aniversário enviada a um cliente da loja onde trabalha na cidade de Unaí, na região Noroeste de Minas Gerais. O caso de racismo foi registrado e denunciado à Polícia Civil de Minas Gerais que abriu inquérito para investigar o racismo contra vendedora, ocorrido na última semana.

Ludmila não se lembra de ter atendido o homem – Foto: Arquivo Pessoal

Ludmila, que é uma mulher negra, contou que o envio de mensagens a clientes no dia do aniversário é uma prática comum na empresa e foi feito através de um aplicativo da loja, onde a foto da vendedora não aparece.  Ao consultar o banco de dados da loja a empresa constatou que o cliente, um homem, tem endereço registrado no Rio de Janeiro. “Não dava para saber que eu sou negra, a não ser que ele me conheça. O cadastro dele é recente e não me lembro de ter atendido essa pessoa. Acredito que a mensagem racista pode não ter sido direcionada diretamente para mim”, disse Lorrayne em entrevista ao G1, quando ainda relatou que se surpreendeu com a resposta racista recebida: “Eu fiquei chocada, li e reli várias vezes para depois mostrar aos meus colegas, achei que poderia ter digitado errado”.

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A resposta chocou a funcionária – Foto: Reprodução

A vendedora ainda contou que tem recebidos mensagens de apoio de colegas pela decisão de denunciar o caso de racismo e registrar o boletim de ocorrência e que deseja que o homem seja punido para que outras pessoas não sofram racismo ou “qualquer tipo de preconceito”, nas palavras dela que ainda lembrou ao G1 seu processo de construção de autoestima como mulher negra: “Até os 15, anos eu desejava ser igual às meninas brancas e ter cabelo liso, mas passei por um processo de aceitação e tudo mudou dentro de mim. Essa mensagem [do cliente] não me afetou, mas a Ludmila de antigamente teria ficado muito mexida”.

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