Pesquisa Elemento Suspeito vai investigar o racismo nas abordagens policiais no Rio de Janeiro

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A reedição da pesquisa Elemento Suspeito, que investiga a intensidade do racismo nas abordagens policiais na cidade do Rio de Janeiro foi lançada na última quinta-feira (20)e terá uma série de publicações sobre o tema e a pesquisa vai comparar os dados avaliados em edições anteriores.  

A pesquisa será realizada somente no Rio de Janeiro – Foto: Nappy.co

Com edições feitas em 2003 e 2005, a nova publicação de Elemento Suspeito: racismo e abordagem policial no Rio de Janeiro, traz algumas mudanças. No primeiro boletim divulgado, consta que uma das mudanças é a presença somente de pesquisadores negros, especializados ou interessados na temática racial. Foi formado um conselho de pesquisa, que vai ajudar a analisar os resultados do estudo. “A pesquisa desnaturaliza procedimentos baseados em estereótipo, racismo e discriminação. Possibilita identificar marcadores, recorrências e efeitos pouco considerados nas análises quantitativas sobre a questão”, destaca Rachel Barros, uma das participantes do conselho de pesquisa, doutora em Ciência Sociais e moradora de Manguinhos.

Os pesquisadores vão fazer levantamento da quantidade de pessoas abordadas, como é dada a interação policial e a opinião dos entrevistados sobre as policiais e as operações feitas por ela. A pesquisa vai aprofundar e trazer o sentimento das pessoas que são abordadas.

Na última edição, foi constatado 55% das pessoas negras abordadas eram revistadas, enquanto brancos foram 33%. A pesquisa comprovou também que 38% dos entrevistados já tinham sido parados alguma vez, já as revistas aconteciam em 77% das pessoas paradas a pé na rua e em 20% nos parados em carros. “A primeira edição desta pesquisa foi capaz de produzir dados elementares para a discussão no campo de pesquisa da segurança pública; desta vez temos a chance de radiografar os impactos persistentes de um fenômeno que se aprofunda, se intensifica e se amolda ao seu tempo”, escreveu o pesquisador Diego Francisco.

A pesquisa vai acontecer somente na cidade do Rio de Janeiro, mas com intenção de ampliar o estudo em outras cidades por meia parceria com centros de estudos e organizações civis.

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