Pesquisa aponta melhora no desempenho dos jogadores negros em partida sem torcida

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Um estudo publicado pela Universidade Lausanne, da Suíça, revelou que os jogadores negros tiveram melhor desempenho nas partidas de futebol sem a presença do público. A pesquisa analisou qual efeito a presença da torcida tem no desempenho dos jogadores de acordo com a cor da pele. 

Foto: Ricardo Chicarelli/Londrina EC/.

Fabrizio Colella, doutorando da Escola de Altos Estudos Comerciais examinou dados de 500 atletas que disputam a série A do campeonato italiano, assim que o esporte foi retomado sem a presença do público nos estádios.

Para medir o desempenho dos atletas, o pesquisador utilizou de um jogo parecido com o Cartola, da Rede Globo, que juntou a pontuação de desempenho individual nos jogos da temporada 2019/2020 e fez um comparativo como esses mesmos jogadores se saíram em partidas com público.

Após esse levantamento, Fabrizio Colella descobriu que o desempenho dos jogadores negros aumentou 1,5% em média, com a ausência dos torcedores nos estádios.  Além disso, a pesquisa identificou que os efeitos são semelhantes em casa e fora, e entre jogadores de clubes maiores e de times mais modestos.

Em entrevista a Veja, Fabrizio diz que os torcedores precisam entender o efeito do racismo.  “Se os fãs entenderem os efeitos negativos de suas ações, podem pensar duas vezes antes de se envolver em um comportamento racista, ” cometa.

No artigo publicado pelo pesquisador ele comenta sobre um relatório da Associação Italiana de Jogadores de Futebol que encontrou mais de 600 incidentes racistas na temporada de 2018/2019, 66% deles aconteceram dentro do estádio. Fabrizio relata em sua pesquisa também a atitude de Mário Balotelli durante um jogo do campeonato Italiano, após ser ofendido por palavras racistas vindas da torcida.

Fatos como esses tem acontecido em todo o mundo constantemente, no Brasil mesmo sem torcida o jogador de futebol do Londrina Celsinho foi ofendido durante uma partida de futebol no Estádio Augusto Bauer, em Santa Catarina. Uma pessoa da arquibancada, que pertence ao time adversário, disse “vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”.

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