Para identificar torcedores racistas, clube da Bélgica coloca QR Code em assentos no Estádio 

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O clube belga Brugge aposta na inclusão de QR Code em assentos de seu estádio numa ação para identificar mais facilmente torcedores racistas. Para a iniciativa dar certo, basta agir da seguinte forma: os torcedores que ouvirem alguém fazer declarações racistas ou discriminatórias, bastar escanear o código QR, relatar imediatamente o incidente, sendo possível até passar o número do assento da pessoa em questão. 

Stanley Pierre Nsoki é um jogador de futebol profissional francês que joga como zagueiro no Club Brugge, da Primeira Divisão A da Bélgica. Foto: Reprodução Redes Sociais

O Club Brugge pede que o recurso seja usado com seriedade e que torcedores não façam denúncias para tirar o torcedor vizinho por outros motivos que não sejam o racismo. A ação quer punir os torcedores comprovadamente racistas com uma proibição de frequentar o estádio por pelo menos dois anos. De acordo com Bob Madou, cartola do Club Brugge, a proposta não é uma campanha, mas sim um plano de ação “para apelar principalmente ao sentimento do grupo para se livrar das maçãs podres”. 

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A proposta do clube da Bélgica acontece em meio as investigações sobre o racismo em jogo no fim do ano passado, em torno do técnico Vincent Kompany, do Anderlecht no Estádio Jan Breydel. Na ocasião, ele foi alvo de insultos racistas por parte de torcedores durante partida válida pelo Campeonato Belga. 

Enquanto isso aqui no Brasil, um recente levantamento divulgado pelo Observatório da Discriminação Racial revelou que apenas 35 casos de discriminação racial ocorridas no futebol entre os anos de 2019 e 2021 tiveram algum tipo de punição. Ao todo, durante o período citado, foram 171 denúncias de crimes. Ainda de acordo com o Observatório, os torcedores costumam ser punidos, mas clubes e dirigentes, não. “Para se configurar um crime de injúria racial, é preciso um elemento subjetivo que a gente chama de dolo, ou seja, a vontade de praticar o crime. No Brasil, esse elemento gera muita insegurança”, explica Tiago Vinicius, professor de Direito da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. 
 

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