Operadoras de plano de saúde devem R$ 2,9 bilhões ao SUS

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Um levantamento realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revelou que as operadoras de plano de saúde privadas devem R$ 2,9 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

Esse montante se deve aos atendimentos de urgência e emergência que são realizados pelo SUS a pessoas que possuem planos de saúde. O paciente é atendido e a conta é enviada à operadora. No entanto, grande parte destes valores são questionados pelas operadoras e judicializados. 

Atualmente, os maiores devedores são a Hapvida e a NotreDame Intermédica que, somando, devem ao Sistema R$ 648 milhões, totalizando 22% de toda dívida. Para o pesquisador José Antônio Sestelo, a falta deste pagamento impacta diretamente no atendimento às pessoas que mais necessitam do SUS. “É claro que esses valores fazem falta. Trata-se de uma injustiça, um favorecimento às empresas, que estão sempre no azul, enquanto o SUS é subfinanciado”, lamenta. 

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Sestelo ressalta ainda que as operadoras ganham em duas frentes, uma quando não paga pelo serviço prestado pelo SUS e, em outra, quando cobra pelo serviço do seu cliente. “As empresas cobram dos seus clientes e incluem a oferta de determinados serviços. Se o paciente usou o hospital público, a operadora está ganhando sem trabalhar, sem gastar com equipe e estrutura, por isso o SUS pede o ressarcimento”, escurece em entrevista ao Repórter Brasil.

Auxílio emergencial

O NP Dados realizou um levantamento e, em valores absolutos, o débito das operadoras de plano de saúde com o SUS é o equivalente ao pagamento de 11,06 milhões de auxílios emergenciais, levando-se em conta o valor médio de R$ 262. Além disso, esse valor também seria responsável por efetuar o pagamento de 15,1 milhões de benefícios do Bolsa Família que, atualmente, é pago uma média de R$ 192 por família. 

Os planos de saúde negam que a judicialização seja estratégia e acusam a ANS de cobranças indevidas. “Quando entende que as cobranças não são pertinentes, esgotados os meios das defesas administrativas, exerce seu direito de discutir em âmbito judicial, efetuando 100% dos respectivos depósitos de garantia”, afirma o Grupo NotreDame Intermédica em nota.

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