‘Odoyá’, single da cantora Janamô, traz reflexão sobre a preservação dos rios e oceanos

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Foto: Márvila Araújo

A cantora Janamô, artista multidisciplinar que deu vida a Elza Soares no teatro musical brasileiro, lançou nesta segunda-feira (15), nas plataformas digitais de streaming e nas suas redes sociais, o single Odoyá. O trabalho é uma parceria com o selo Duto, espaço localizado em Madureira que se dedica a produção de música urbana.

A canção chega no mês em que comemora-se o dia de Yemanjá, a Rainha do Mar, e representa um despertar na ancestralidade. Para as religiões de matriz africana, Yemanjá é guardiã de todos os oris da diáspora e é a senhora das águas, espaço que hoje encontra-se tão ameaçado.  Por isso, Odoyá também aponta um holofote para a bandeira da preservação dos rios e oceanos. “Com esse código sonoro, quero conectar linguagens e refletir sobre a preservação dos rios e oceanos, os do mundo e os que carregamos dentro de nós. Que Yemanjá preencha nossas vidas e almas com a sabedoria de quem governa as águas!“, diz Janamô.

Foto: Márvila Araújo

Ao todo, Código #R trará sete composições autorais fundamentadas em filosofias africanas onde os signos são ressignificados. São sete músicas, pois o próprio número 7 é o número de Exú. Nas religiões de matrizes africanas, Exu é mensageiro, é o movimento e não dialoga com essa ideia demoníaca que o ocidente lhe atribuiu.

Como prática, Código #R recusa a ideia de Descartes que insiste no ocidente: “penso, logo existo”. A proposta é substituir essa ideia pelo princípio africano do: “sinto, logo coexisto”, e coexistir é se re-harmonizar com a natureza, a natureza das pessoas e a própria natureza em si. Uma obra interdisciplinar de multiplicidade que retira o ocidente do centro e aposta em narrativas poéticas como práticas descoloniais. Em Código #R, o futuro é ancestral e é retorno!

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