Nos 10 anos de morte de Abdias do Nascimento, instituição relembra exposição dedicada a ele

abdias do nascimento

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Abdias do Nascimento foi um dos maiores ativistas negros contemporâneos – Foto:

No dia 23 de maio de 2011, o escritor, artista visual, teatrólogo, político e poeta, Abdias do Nascimento faleceu, vítima de uma insuficiência cardíaca. Neste domingo (23), completa-se 10 anos de sua morte e o Itau Cultural presta uma homenagem a um dos maiores nomes de ativistas dos direitos civis e humanos das populações negras contemporâneos. O site do Itau Cultural relembra uma exposição dedicada a Abdias, realizada em 2016, dentro do Projeto Ocupação. Além disso, segundo a instituição, também estarão disponíveis outros conteúdos online, como playlist com depoimentos em vídeos de grandes lideranças negras.

A mostra resgatou momentos emblemáticos da história de Abdias, sua participação em grupos artísticos como a Santa Hermandad Orquídea, a fundação de iniciativas como o Teatro do Sentenciado, o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra, e de grupos de articulação política, social e de pesquisa como a Convenção Nacional do Negro, o Memorial Zumbi, o próprio Ipeafro. Foram também representados seus mandatos como Deputado e Senador. 

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Abdias Nascimento (1914-2011) dedicou-se por inteiro à luta contra o racismo. Combateu em múltiplas frentes para valorizar a cultura africana e recuperar a autoestima do negro, bem como para rever a noção de que no Brasil se vivia uma democracia racial. A extensão das suas atividades é tão surpreendente quanto o fato de que, em tantas delas, precisou ser pioneiro. “Quem já não sentiu”, pergunta ele, “a atmosfera de solidão e pessimismo que rodeia o gesto inaugural, quando se tem a sustentá-lo unicamente o poder de um sonho?”.

Em 2019, o ator e produtor, Thiago Viana estreou o espetáculo “Libertador”, baseado no poema de Abdias do Nascimento, “Padê de Exu, libertador”, de 1981.  O espetáculo Libertador conta a jornada da cosmogonia africana até o encontro com a poesia de Abdias Nascimento. O monólogo propõe reverenciar o sagrado até atingir os dias atuais através do poema, que quase 40 anos ainda ecoa nos corpos negros.

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