No Maranhão, colégio pune aluno por comentários racistas nas redes sociais

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Segundo colegas de classe, o adolescente possuía um longo histórico de ofensas e comentários preconceituosos e racistas

Um caso de racismo repercutiu nas redes sociais nos últimos dias. Um aluno teria feito uma série de comentários racistas a uma colega em espaços online e foi punido pela escola com três dias de suspensão, em São Luiz, no Maranhão. Porém, para os internautas, a demora de posicionamento e ações efetivas da instituição de ensino teria sido muito branda para o adolescente. 

O jovem de 17 anos utilizou grupos de conversa para ofender e realizar diversos comentários racistas a uma colega de sala. Como “cala a boca sua mestiça de m***”, “meus ancestrais escravizaram os teus”, “mas e a senzala? ” e entre outros.

Uma fonte anônima informou ao Notícia Preta, está não é a primeira vez que o rapaz faz comentários desse cunho aos colegas e por isso, o caso repercutiu. De acordo com a opinião de pais e colegas, o menino deveria ser expulso da instituição de ensino.  

Através de uma nota oficial publicada nas redes sociais do Colégio Educallis, a instituição afirmou que em relação das atitudes do aluno foi aplicada uma punição de três dias de suspensão. Confira a nota na íntegra:

O colégio usou as redes sociais para publicar a nota.

Após a nota do Colégio, os alunos, pais e internautas se revoltaram e pediram uma punição mais severa. Utilizando a hashtag “#tresdiasnao”, as pessoas comentaram na publicação que “três dias não apagam o racismo”, também foi feito um abaixo-assinado com mais de 10 mil assinaturas no intuito de pressionar a escola a fazer algo a mais sobre o crime.

Através de uma conta no Instagram, um perfil, que afirmou ser da mãe do rapaz, respondeu alguns comentários defendendo o filho e questionando a decisão. “Exterminar meu filho da sociedade?? Onde expor uma opinião e ser expulso?? Viver como robôs alienados? Isso é “recalque” do senso crítico do meu filho”, “Onde expressar é crime? Meu filho não é bandido! ”. 

A diretora da escola, Lília Figueiredo, se pronunciou a reportagem de uma emissora local, afirmando que a direção não tinha conhecimento sobre os constantes comentários do adolescente. “Em uma aula de filosofia onde o assunto gerava um posicionamento e ele [aluno] fez este posicionamento já revestido de preconceito. Isso gerou nos colegas um incomodo e diante da fala do aluno houve intervenção da gestão, onde acharam o suficiente para nós suspender três dias. E a comunidade interpretou que nós íamos ficar nesses três dias, mas nós não poderíamos, sem os outros dados, ter uma análise mais criteriosa”, comentou em entrevista.

Cedendo aos posicionamentos e repercussão do caso, o Colégio Educallis publicou uma nova nota informando a decisão de expulsar o aluno. Confira a nota: 

“O Colégio Educallis, após analisar com muita responsabilidade a situação que envolver atitudes racistas produzidas por um de nossos alunos, decide, com a família do estudante, pela descontinuidade dele em nossa instituição de ensino. A princípio, determinamos o afastamento do aluno por três dias das atividades escolares, com objetivo de melhor entender o ocorrido e percebermos a gravidade do fato. Conforme nota anterior, o Colégio Educallis ratifica o seu total repúdio a todo e qualquer tipo de discriminação e lamenta profundamente o episódio”. 

“Antes de realizar a expulsão, nós conversamos com os pais e principalmente com os educadores. Nós não somos responsáveis pela atitude do aluno, mas temos o compromisso com a educação”, informou a diretora. Ainda assim, internautas questionaram a demora na ação e medidas que realmente viessem a levar educação antirracista.

Um dos internautas sugeriu que a escola poderia ser mais célere. “Por uma p*** pressão, né? Revejam seus conceitos, vocês [deveriam] ter feito assim que ficaram tomando conhecimento, esse ficou conhecido porque foi divulgado. E os que não foram divulgados pegaram o que? Três dias? Advertência? Ficaram sem recreio?”. 

O caso trouxe um debate sobre qual deveria ser a atitude correta sobre casos de racismo em ambientes educacionais. Para a maioria dos colegas e pais, estas situações deveriam ser inadmissíveis. 

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