“Não tem nada de novo aqui”, diz Cláudio Castro sobre programa ‘Cidade Integrada’

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Por Jersey Simon

Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (22), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou mais alguns detalhes do novo programa de segurança pública do seu governo, o “Cidade Integrada”, deflagrado na quarta-feira (19) com a entrada de 1.200 homens da PM na favela do Jacarezinho. Não ficou claro, no entanto, qual o ineditismo do programa ou como ele se sustentará no longo prazo; aliás, Castro foi muito enfático ao dizer aos jornalistas que “não tem nada de novo aqui. Ninguém inventou a roda, não há nada de novo”.

Claudio Castro reconhece que “Cidade Integrada” é uma continuação das UPPs – Foto: Reprodução/Redes sociais

Embora o governador tenha dito que “tem pouco a ver com as UPPs”, o Cidade Integrada mantém a lógica das Unidades de Polícia Pacificadora, ao investir na ação militarizada da polícia e uma “retomada” do território pelo Estado. Segundo o governador, o que diferencia o programa da política de segurança iniciada no governo Sérgio Cabral, em 2008, é a investigação. Inclusive, Castro garantiu que as UPPs vão continuar.

Em outro momento da coletiva, o governador foi perguntado por que escolheu o Jacarezinho e a Muzema para iniciar o programa. Sem explicar objetivamente, Castro citou indiretamente a chacina ocorrida no Jacarezinho em maio de 2021, que terminou como a operação mais letal da história do Rio, vitimizando 28 pessoas. Numa espécie de mea culpa, Castro disse “as pessoas nas ruas me abordam e pedem: governador, precisa fazer alguma coisa lá, depois do que aconteceu; não podíamos fechar os olhos para o que aconteceu lá”. Sobre a Muzema, Castro disse que a ideia era executar o programa numa área de tráfico e numa área de milícia.

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O governador também anunciou a criação de um Conselho com integrantes do governo e moradores das comunidades, mas não especificou como as pessoas serão escolhidas para esse órgão: “provavelmente a escolha será feita pelas associações de moradores, que também ficarão responsáveis por escolher os dias dos encontros e a metodologia utilizada”.

Além de iniciativas na área de segurança policial, o governador disse que o Cidade Integrada vai tirar do papel projetos abandonados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). São obras de revitalização de escolas, urbanização de áreas abandonadas e a construção de um novo batalhão da PM. O investimento inicial é de 500 milhões, remanejados de outras secretárias, segundo o governador.

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