Museu da Cultura Afro-Brasileira exibe documentário sobre violinista do Morro da Providência

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No próximo sábado (15), será exibido o mini documentário Guiado pelo Desejo de Transformar: Jovem do Morro da Providência Faz da Música Instrumento de Mudança Social, no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), a partir das 14h, com entrada gratuita.

O documentário conta a história de um jovem negro do Morro da Providência – Vídeo: Reprodução RioOnMatch

O documentário foi produzido pela jornalista Victória Henrique e o fotógrafo Douglas Dobby, em novembro de 2021, mas os resultados foram tão positivos, que a obra, veiculada pelo RioOnWatch, em dezembro, agora ganha espaço no Museu. Após a exibição, terá a apresentação da Camerata Jovem RJ, grupo da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro que é composto em sua maioria por jovens negros e de favelas.

Para Victória, a visibilidade do documentário vai além das telas, dos streamings, mostra uma realidade que precisa ser mais vista como espaço de produção cultural e não só de marginalização de pessoas. “Para nós, esse mini documentário tem um grande significado. Eu e o Douglas somos dois jovens negros que mostramos nessa produção a potencialidade de um outro jovem negro. Além disso, as gravações foram feitas em um território favelado que historicamente é marginalizado, o Morro da Providência”, afirma.

Victória e Douglas são parceiros na produção do documentário e na vida – Foto: Arquivo Pessoal

Ela completa ainda, ressaltando que o Morro também é lugar de beleza e exuberância social. “Trouxemos uma outra narrativa sobre esse lugar ao mostrar as suas belezas. Já a primeira exibição do doc para além das redes sociais, vai acontecer em um Museu que conta e preserva a história do nosso povo, com a apresentação da Camerata Jovem RJ, grupo formado em sua maioria por músicos negros e de favelas. Tudo é muito simbólico. Estamos fazendo história e dando continuidade a todo um legado deixado por quem veio antes da gente”, pontua.

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Douglas corrobora as falas de Victória e lembra que as transformações sociais começam dentro dos guetos e favelas, como sempre aconteceu em várias áreas do conhecimento. “Eu, como morador de favela, enxergo esse mini documentário como uma ferramenta de transformação social, pois mostra para a sociedade que dentro das favelas também temos os nossos artistas. Existem moradores com um potencial gigante que lutam diariamente por um espaço na sociedade, mas que são invisibilizados só por viverem nesses territórios – que, ao contrário do que pensam, são cheios de amor, união, alegria e muitas outras coisas boas”, comenta.

“Nossos talentos sempre estiveram aqui. É só querer enxergar e se atentar aos sons que ecoam de dentro das favelas: o funk, pagode, rap e também a música clássica”, finaliza.

Para saber mais sobre o documentário e como assistir, acesse o site do RioOnMatch.

Arte: Herbert de Paz

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