Ministério da Saúde usou apenas 29% de verba destinada ao controle da pandemia, aponta TCU

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Crise política, ausência de ministro e descaso justificam a falta de políticas efetivas do Ministério da Saúde

Ministro interino de Saúde, General Eduardo Pazuello. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

De acordo com auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Saúde utilizou somente 29% do valor destinado desde março de 2020 pelo governo federal ao combate da doença causada pelo novo coronavírus, Covid-19. As informações foram obtidas e reveladas pela Folha de são Paulo nesta quarta-feira (22).

Em março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia, o governo brasileiro orçou o uso de R$ 38,9 bilhões, mas até 25 de junho, apenas R$ 11,4 bilhões foram gastos em ações contra a covid-19. Esse valor já engloba o que foi usado diretamente pelo Ministério de Saúde, mas também o que foi enviado para estados e municípios. Ainda segundo o relatório do TCU, os estados receberam 39% da verba prometida e os municípios um pouco menos, 36%.

O Ministério da saúde está sem titular da pasta desde a saída de Nelson Teich, que ficou 28 dias no comando do ministério. Desde 15 de maio, a pasta está aos comandos do militar, Eduardo Pazuello. O TCU determinou nesta quarta-feira, a partir do levantamento, que a pasta mostre a “lógica de financiamento” dos fundos estaduais e municipais, a estratégia de compras contra para a pandemia, e apresente documentos sobre planos de logística e distribuição de insumos em 15 dias.

Uma análise científica em São Paulo no mês de abril aponta que os negros têm 85% mais chance de morrer por Covid-19 no estado. Os pretos possuíam chance 62% maior em comparação com os brancos, já os pardos 23% a mais de risco.

Estudos apontam que a pandemia agrava um quadro de desigualdade já existente, assim pessoas que vivem nas periferias, onde é mais difícil manter distanciamento social, que estão em empregos que necessitem continuar nas ruas (como mercados, entregadores, limpeza pública), além daqueles que recebem menores salários e estão em situação social mais vulnerável são os que correm mais risco diante da doença.

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