Metrô de SP apura caso de agressão à jovem confundida com homem em banheiro feminino 

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O Metrô de São Paulo apura as circunstâncias da agressão à balconista Júlia Mendes, de 21 anos, por parte dos seguranças do local. O caso foi denunciado na segunda-feira (11). A jovem, que tem cabelos curtos e usava uma camisa polo, teria sido confundida com um homem e foi retirada à força do banheiro feminino. A amiga, que filmou a abordagem, também foi agredida. “Eu estava sentada no vaso, fazendo xixi, com as calças abaixadas, quando tomei um susto ao ouvir murros na porta. Era um segurança, gritando para eu sair da cabine. Eu comecei a perguntar por que eu tinha que sair e ele só gritava palavras de ordem, mandando eu sair. Quando eu abri a porta, tinha dois seguranças. Um deles viu que eu era uma menina e pediu desculpas. Mas o outro acabou avançando para dentro da cabine quando eu disse que ele estava me constrangendo.”, contou Júlia em entrevista ao G1. 

A balconista Júlia Mendes. Foto: Reprodução Redes Sociais

O caso ocorreu na estação Sapopemba da Linha 15–Prata do monotrilho, na Zona Leste de São Paulo, no último domingo (10). Em uma publicação nas redes sociais, o coletivo Máfia das Minas, do qual a vítima faz parte, disse que Julia foi alertada por funcionárias da limpeza ao entrar no banheiro feminino. “Duas funcionárias da limpeza confundem Julia com um menino e a chamam várias e várias vezes, [dizendo] que ali não é o seu banheiro. Julia olha para trás, fazendo contato visual com elas, para [elas] entenderem que ela está ciente do banheiro que está entrando.”, disse o coletivo em publicação nas redes sociais. 

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De acordo com relato de ativistas de direitos LGBTQIA+, são comuns as agressões a mulheres que não se encaixam em padrões de feminilidade, durante o uso de banheiros públicos. Elas enfrentam insegurança e medo de serem socialmente lidas como homens em certos ambientes. 

Por meio de nota, o Metrô de SP afirmou que não compactua com qualquer tipo de ação discriminatória e que o segurança foi afastado. Júlia e os amigos prestaram queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. 

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