Médica morre de covid nos Estados Unidos após reclamar de racismo em hospital

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Uma médica negra passou dias reclamando de racismo no atendimento médico que recebeu em um hospital em Indiana, nos Estados Unidos. Susan Moore, de 52 anos, fez vários posts denunciado a situação antes de vir a óbito por covid-19, no último dia 20.

A doutora testou positivo para o novo coronavírus em novembro. Ciente de sua condição e dos procedimentos médicos necessários, Susan relatou que teve que pedir várias vezes por remédios, medicações e exames. Ela percebeu que um médico branco especificamente desmerecia seu sofrimento e disse que a doutora não confiava no hospital.

Susan Moore morreu no último dia 20 (Foto: Reprodução / Facebook)

“Eu digo e afirmo: se eu fosse branca, eu não teria passado por isso. É assim que as pessoas negras morrem, quando você as manda para casa, e elas não sabem como lutar por suas vidas”, disse Moore, em vídeo postado no dia 4 de dezembro no Facebook.

Ela recebeu alta do hospital no dia 7, mas voltou a ser internada 12 horas depois com febre e pressão arterial baixa. Desta vez, a médica foi levada a outra unidade, o Ascencio St. Vincent, e afirmou que foi tratada melhor. Dennis Murphy, presidente da Indiana University Healt, declarou, na última quinta-feira (24), que estava triste com a morte de Moore. Para ele, o sistema médico não “falhou em aspectos técnicos”.

“Eu estou pedindo pela revisão do caso. Vamos ter um painel diversificado de especialistas em saúde e diversidade para conduzir uma revisão médica completa do caso da Dra Moore”, declarou Murphy.

Efeitos da pandemia na população negra

O novo coronavírus tem afetado a população negra desproporcionalmente, pois pessoas pretas apresentam maiores índices de obesidade, diabetes e asma, o que as torna mais suscetíveis ao vírus. Muitos negros nos Estados Unidos se queixam de que os médicos têm dado menos importância às suas doenças quando comparadas às das pessoas brancas.

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