Medalhista no Pan-Americano, boxeadora é proibida pela Seleção Brasileira de falar sobre racismo

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Jucielen Romeu recebe a medalha de prata no boxe do Pan Imagem: Wander Roberto/COB

Jucielen Romeu recebe a medalha de prata no boxe do Pan. Foto: Wander Roberto/COB

A boxeadora e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americano, Jucielen Romeu, protagonizou um acontecimento constrangedor durante a entrega das medalhas, em Lima (PER). Ao dar aval à reportagem do portal “Uol Esporte” para falar sobre racismo e empoderamento, a brasileira foi impedida pelo técnico da seleção de falar sobre os assuntos.

Segundo o treinador-chefe do boxe feminino, Mateus Alves, a atleta de 23 anos “está proibida” de falar sobre temáticas relacionadas à política. O veto, porém, veio ainda na zona mista do local de entrega das medalhas.

“Ela não pode falar disso. Está proibida. A seleção não é lugar para falar dessas coisas. Ela não pode falar desse tipo de coisa. Não pode falar de política”, disse Mateus Alves ao portal “Uol” ao mesmo tempo que colocou-se à frente da atleta na zona mista.

No âmbito pessoal, a boxeadora costuma tratar dos temas envolvendo o racismo e empoderamento feminino.

‘Juci’, como também é conhecida nos lugares por onde anda, é terceiro sargento do Exército Brasileiro. Desde 2017, a atleta nascida na periferia de Rio Claro (SP) integra a seleção olímpica permanente, um projeto criado pela Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe).

A origem antirracista de Jucielen

A boxeadora desenvolveu o seu talento ainda com 12 anos, quando conheceu o técnico Breno Macedo, da academia Macedo & Macedos Boxe. Por lá, o projeto estimulou a jovem a enxergar o esporte como ferramenta de inclusão e luta contra os diversos tipos de preconceitos, como o racismo, machismo e o fascismo.

Na competição disputada no Peru, a boxeadora alcançou o segundo lugar na modalidade feminina, perdendo apenas para a argentina Leonela Sanchez. Apesar disso, Juci alcançou o feito histórico de melhor resultado do boxe feminino brasileiro em Pan-Americanos.

Por nota, o Comitê Olímpico Brasileiro do Brasil negou o fato da atleta ter sido censurada pela Seleção Brasileira de Boxe.

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