Mecanismo de busca do Google reforça o branco como padrão de beleza

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O avanço da tecnologia permitiu a entrada da sociedade no mundo digital, mas junto com esse acesso, também garantiu a presença dos problemas sociais nesse cenário cibernético. Na maior plataforma de buscas online, o Google, essas questões são mais evidentes com a frequência de casos de racismo com pessoas negras através do algoritmo produzido pela empresa multinacional de serviços online e software dos Estados Unidos.  

Busca por Mulher bonita no mecanismo de pesquisa – Foto: Print Google


A reportagem do Notícia Preta identificou mais pontos discutíveis dentro do mecanismo de pesquisa da companhia: na busca por homens bonitos e mulheres bonitas, nas 100 primeiras fotos apresentadas apenas cinco e seis mostram negros e negras. Em contrapartida, na busca por homens feios e mulheres feias, as 100 exibidas revelaram um aumento de 140% e 116% para pretos e pretas em relação ao que é considerado bonito(a). Na relação da quantidade de fotos apresentadas no tópico, o homem negro aparece em 12% e a mulher 13%

Busca por homens bonitos no Goolge – Foto: Print pesquisa

Recentemente, a plataforma também se envolveu em outro caso de discriminação através do algoritmo. Na busca por “tranças feias” e “tranças bonitas” o mecanismo apresentava fotos de penteados afros em pessoas negras como feio e, em brancos, o mesmo estilo era visto como bonito. Na época, e através de uma nota para Tarcízio Silva, um pesquisador que desenvolve uma tese chamada ”Dados Algoritmos e Racialização em Plataformas Digitais”, o Google reconheceu que precisa continuar trabalhando para melhorar os resultados de busca de imagens. E ressaltou que os sistemas apenas encontram e organizam informações disponíveis na web, eventualmente, a busca pode espelhar estereótipos existentes na internet e no mundo real.

Em nota, o Google praticamente ratificou o que já havia informado ao pesquisador de que os sistemas de buscas encontram e organizam informações disponíveis na web. A nota continua e a empresa diz que “entende que pessoas de todas as raças, gêneros e grupos podem ser afetadas por essas representações. Compartilhamos essa preocupação e continuaremos trabalhando para melhorar os resultados de busca de imagens para todos nossos usuários”, finalizou.

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