“Me sinto doente, não estou bem”, diz líder Comunitária vítima de racismo em Belém (PA) 

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A líder comunitária Nilza Sacramento Corrêa, de 81 anos, afirma que foi vítima de racismo ao ser abordada pelo segurança do supermercado Belém, no bairro da Pedreira, em Belém (PA), na última sexta-feira (11). Em entrevista ao G1, a idosa contou que foi abordada pelo agente do local, que teria a constrangido na frente de outros clientes. “Quando cheguei na porta, ele me pegou pelo braço, e disse que estava presa, porque eu teria roubado uma flanela, que estava dentro da minha bolsa. Ele tirou a minha bolsa, botou em cima do balcão, e quando ele abriu, não tinha flanela”, conta. 

Foto: Pexels

Ainda de acordo com Nilza, ela estava olhando panos de prato quando percebeu que estava sendo vigiada por seguranças do supermercado e um homem passou duas vezes por ela enquanto mexia nas flanelas. Mas foi na saída que ela sofreu o constrangimento por parte do agente do estabelecimento. 

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Nilza, que é conhecida pela comunidade como dona Anastácia, é muito articulada no bairro. De acordo com Paulo Roberto, presidente da Liga das Escolas de Samba da Pedreira, a comunidade jamais imaginaria que dona Anastácia pudesse passar por esse constrangimento, principalmente por ser muito conhecida. “Ela é um ícone no bairro, uma das pessoas que todo mundo conhece no bairro da Pedreira. Isso atinge a todos nós negros da Pedreira, que é um bairro preto. Isso não pode ficar em vão”, comenta.

Amigos, representantes de movimentos sociais e instituições que defendem os direitos humanos se reuniram em frente à casa de Nilza no domingo (13) com o objetivo de apoiar a líder comunitária, além de cobrar respeito e exigir providências. “Me sinto doente, não estou bem. A minha idade não permite que eu passe por esse vexame.”, disse Nilza. 

Em nota, a Polícia Civil disse que o caso foi registrado pela Seccional da Pedreira. De acordo com os investigadores, as partes foram ouvidas, mas a Polícia entendeu que o caso não foi configurado como injúria racial. 

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