Maracatu dos Ventos de Ouro promove Noite Cultural para difundir a cultura afro-brasileira

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Aprendizado, história e empoderamento feminino é o que o público pode esperar da Noite Cultural, realizada pelo grupo de mulheres Maracatu do Ventos de Ouro, que acontece no dia 29 de Janeiro, às 19h, transmitido pelo canal do YouTube do Maracatu Ventos de Ouro. O evento vai contar com participação dos artistas Sued Nunes e Caboco de Cobre.

Este ano, o evento celebra os sete anos do Maracatu dos Ventos de Ouro – Foto: Benedito Cirilo

A Noite Cultural, que este ano marca uma data importante, os sete anos de grupo, como toda edição, terá o Maracatu dos Ventos como anfitrião e uma série de convidados especiais, praticantes das culturas populares, que formam um intercâmbio de experiências, como gostam de afirmar as integrantes do grupo. “Nosso maracatu tem uma construção matriarcal, comemorar sete anos é uma conquista, para nós de matriz africana, sete anos é renovação de um novo ciclo”, disse Josy Garcia, fundadora e maestra do grupo. 

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Além da noite, o grupo também realizará a Oficina de Introdução ao Maracatu, a intenção é expandir a tradição cultural do maracatu do baque virado, na qual as participantes aprendem os toques, loas e dança, além de participarem de uma roda de diálogo sobre a história e fundamentos do Maracatu de Baque Virado. As inscrições estarão abertas em breve e as aulas acontecem nos meses de Fevereiro e Março. “Muitas mulheres que chegam no grupo estão com a autoestima abalada e, no maracatu, é também um espaço de reconexão com essa autoestima, ancestralidade, de se aceitar enquanto mulheres negras. Está para além do tocar!”, declara Josy sobre o evento. 

Maracatu: representatividade, força feminina e cultura afro-brasileira 

A ausência do protagonismo feminino não atinge somente o ambiente de trabalho, ou espaços considerados socialmente masculinos, mas também a cultura. Apesar do maracatu ascender a valorização da cultura afro-brasileira, por fazer parte da religiosidade e resistência negra, Josy Garcia, também produtora cultural e arte-educadora, conta que no maracatu a história não se construiu de maneira diferente, pois por longos anos, as mulheres não podiam tocar tambor no maracatu. “Os últimos anos têm sido esse momento da transformação, da mulher ocupar esse lugar. O maracatu tem uma construção matriarcal, então tem uma condução feita por mulheres, ainda assim as mulheres não podiam estar na percussão”, explica ela. 

Com isso, a ideia do Maracatu dos Ventos de usar a arte como empoderamento feminino, nasce da necessidade de inclusão das mulheres negras em expressões culturais que resgatem a sua autoestima e potencialize essa representação. “E que venham mais anos de resistência e continuidade do Maracatu Ventos de Ouro”, finaliza Josy.

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