Madalena Gordiano recebe casa dos ex-patrões como indenização

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Após 38 anos e 8 meses de luta, a doméstica Madalena Gordiano fechou um acordo de indenização com a família Rigueira. O acordo firmado prevê que Madalena receba um apartamento avaliado entre R$ 400 mil e R$ 600 mil e um carro, avaliado em R$ 70 mil. A proposta inicial era mais de R$ 2,2 milhões e o acordo final fechado em cerca de R$ 690 mil, segundo o G1. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a mulher era mantida em condições análogas à escravidão sem direitos trabalhistas básicos.

Madalena viveu em situação análoga à escravidão por 38 anos – Foto: Reprodução/Redes Sociais

O advogado de defesa de Madalena, Alexander da Silva Santos, afirmou que vê o resultado como uma vitória, pois ela havia pedido para que trabalhassem na conclusão. “De imediato ela já tem essa chance de retomar a reconstrução da vida dela. Acho que ela estava bastante ansiosa para poder passar a ter o controle integral sobre os acontecimentos da própria vida. A partir de agora, ela tem essa possibilidade”, compartilhou.

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Relembre o caso

Em novembro de 2020, a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho (MPT) resgataram Madalena da casa família Milagres Rigueira, na cidade do Alto Paranaíba (MG). A mulher trabalhou desde os 8 anos e foi privada de estudo, registro em carteira, salário mínimo ou descanso semanal.

Madalena morava junto com os patrões e dormia em um quarto pequeno e sem janelas. “Era um quarto com menos de 3 metros de comprimento por 2 de largura, abafado e sem ventilação”, contou o auditor fiscal do trabalho, Humberto Monteiro Camasmie.

A defesa dos Rigueira informou que a família nunca considerou Madalena como emprega e que pertencia à família. “A família nega ter praticado qualquer conduta que se assemelhe a práticas análogas à escravidão em desfavor da senhora Madalena”, disse em nota.

O Ministério Público Federal (MPF) investiga o professor Dalton Rigueira, a esposa Valdirene e as duas filhas do casal Raíssa e Bianca, pelo crime de submeter Madalena à condição análoga à escravidão. Em especial o patriarca da família pelo crime de apropriação indébita. Pois, ficou com o dinheiro das pensões da doméstica e ainda fez cinco empréstimos consignados em nome dela.

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