O humorista Léo Lins recebeu uma caixa com etiqueta escrito “kit cadeia” e postou em seus stories do Instagram na última segunda-feira (09). Ele publicou a foto da caixa com uma algema, um celular, uma cartela de cigarros e uma fita verde e amarela. A etiqueta trazia a mensagem “kit cadeia”. “Levaram pra mim: algema, celular e cigarro”, escreveu sobre a foto e completou: “Isso é rir da minha desgraça. Vou processar! (aviso: ironia)”, escreveu.
Léo foi condenado a 8 anos e 3 meses de cadeia por crimes ligados a racismo e discriminação a pessoas com deficiência em espetáculo gravado em 2022 e publicado no YouTube. A condenação do humorista repercutiu entre personalidades públicas. A sentença, proferida pela juíza Bárbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, considera que o conteúdo apresentado ultrapassou os limites da liberdade de expressão e configurou discurso de ódio.

A jornalista Flávia Oliveira classificou a atuação do humorista como um uso consciente do humor para atacar grupos vulneráveis. “A meu ver, é um tipo de humor orientado a depreciar minorias. Ele não fala de homem branco, por exemplo. Poderia, mas escolhe falar de pessoas gordas, idosos, negros, indígenas e pessoas com deficiência”, afirmou.
Em 2023, a juíza Gina Fonseca Correa, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determinou que o humorista Léo Lins apagasse tal vídeo no YouTube devido a “piadas” com grupos minorizados, acatando um pedido do Ministério Público de São Paulo. O vídeo com 3,3 milhões de visualizações estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”, de acordo com a magistrada.
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