Justiça britânica autoriza plano de expulsão de imigrantes ilegais para Ruanda

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Nesta sexta-feira (10), o juiz Jonathan Swift, da corte britânica, decidiu que o governo do Reino Unido pode dar continuidade ao plano de enviar imigrantes ilegais do país para Ruanda. Com início previsto para a próxima terça-feira (14), o magistrado justificou que é “importante para o interesse público que a ministra do Interior possa aplicar as decisões de controle de imigração”.

Britânicos protestaram contra a medida do Governo – Foto:  Toby Melville/Reuters

O processo foi enviado ao Congresso devido a posição contrária de diversas ONGs, entre elas estão as ONGs Care4Calais e Detention Action, e também os imigrantes, que definiram o projeto como “política ilegal”, e apresentaram outro recurso que deve ser analisado na segunda-feira (13). O governo de Ruanda vai receber inicialmente o equivalente a R$ 735 milhões de reais para alojar, dar moradia e formas de sustento para essas pessoas, e os locais para os primeiros 100 imigrantes já estão reservados.

De acordo com a Organização Não Governamental (ONG) Care4Calais, entre os 130 notificados pela justiça britânica, e possivelmente enviados para o país africano em 14 de junho, estão 35 sudaneses, 18 sírios, 14 iranianos, 11 egípcios e 9 afegãos, que fugiram dos talibãs. Dentre eles, mais de 90 migrantes afetados apresentaram recursos judiciais para permanecer no Reino Unido. 

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A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), informou ser totalmente contrária a decisão e “não apoia em absoluto o acordo, que é ilegal por uma série de razões e contém salvaguardas inadequadas”.

O programa do governo do Reino Unido, que tem à frente o primeiro-ministro Boris Johnson e a ministra do Interior Priti Patel, possui o objetivo de diminuir a quantidade de pessoas migrantes para o país. Dados disponibilizados pelo Reino Unido mostram que até maio de 2022, mais de 10.000 pessoas entraram ilegalmente no território britânico.

Patel comemorou a sentença da justiça nesta sexta-feira e, segundo ela, a ação de levar essas pessoas, mesmo contra a suas vontades, para Ruanda é um movimento que combate o tráfico de humanos. “O programa busca lutar contra o comércio letal do tráfico de seres humanos e, no fim das contas, salvar vidas”, afirmou.

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Em 31 de janeiro de 2020 o Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, teve início e a campanha a favor da retirada do país foi o que levou Boris ao poder e teve como principal tema o controle migratório. O projeto de enviada dos imigrantes ilegais para Ruanda, assinado em abril, foi aprovado no momento em que o governo de Johnson buscava minimizar o escândalo que ele se envolveu ao fazer e participar de festas na sede da liderança britânica durante a quarentena.

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