Jovem negro é morto pela PM no quintal de casa enquanto brincava com arma de pressão, em Florianópolis

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Vitor Rodrigues Xavier da Silva e seu cachorro - Foto: Arquivo Pessoal

Mais um jovem negro foi alvo de disparados vindos da Polícia Militar, desta vez com o caso ocorrendo em Florianópolis. Vitor Rodrigues Xavier da Silva, de 19 anos, foi morto a tiros na última quinta-feira (18), no Bairro Ingleses, enquanto brincava com uma arma de pressão dentro do quintal da própria casa.

Nessa segunda-feira (22), a Corregedoria da PM abriu o inquérito para apurar as causas da morte do jovem que, segundo relatos da família, não oferecia risco algum para os policiais no momento dos disparos. Ainda de acordo com os familiares, o adolescente estava brincando de atirar em latinhas no quintal, algo bastante corriqueiro em sua rotina.

Vitor era um garoto calmo, resguardado e tinha como um dos seus maiores sonhos servir as Forças Armadas. O jovem era conhecido por estar sempre acompanhado com o seu animal de estimação. Por isso, tinha o apelido de “menino do cachorro”.

Vitor Rodrigues Xavier da Silva e seu cachorro – Foto: Arquivo Pessoal

O crime aconteceu por volta das 13h, quando a viatura da PM teria supostamente apontado um “contraventor”- segundo o relatório policial- e disparado cinco tiros na direção do jovem negro. Os relatos da vizinhança e familiares, no entanto, contestaram esta versão divulgada.

Os relatos dos familiares sobre o caso

Após a morte de Vitor, a família do jovem diz não entender o porquê dos cinco disparados feitos pela PM. “Um cara excelente. Não vai voltar mais. Para mim, isso é racismo”, afirma o primo Bruno Xavier da Silva.

Já o vizinho identificado como Jaime Luiz Dias, lembra como o garoto era bem visto no bairro onde morava. “Rapazinho gente boa, gente fina mesmo. Foi um erro muito grande, fui o primeiro a chegar, lamentável”.

A irmã da vítima, que não quis se identificar, afirmou que os policiais “chegaram, não pediram para levantar as mãos e nem deitar no chão”, executando o jovem que não oferecia resistência a qualquer tipo de abordagem policial.

Segundo a assessoria de comunicação da PM, os dois policiais envolvidos não serão afastados das suas funções, enquanto estiver ocorrendo as investigações que devem durar cerca de 30 dias.

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