Jornalista oferece curso gratuito para microempreendedores de favelas do RJ

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Natural de Nova Iguaçu, Tássia Di Carvalho oferece curso gratuito de Comunicação Digital para 300 microempreendedores de favelas do Rio de Janeiro

Por Victória Henrique

São 13,6 milhões de pessoas morando em favelas e periferias no país, que movimentam cerca de R$119,8 bilhões anualmente, segundo um levantamento deste ano realizado pelos institutos Data Favela e Locomotiva, encomendado pela Comunidade Door. O empreendedorismo que hoje está nos centros das discussões não é algo novo necessariamente nesses locais.

“O mototáxi, a empregada doméstica que trabalha com diárias e o vendedor de lanches são empreendedores”. Essa é uma afirmação da Tássia Di Carvalho, jornalista, publicitária e CEO da Agência IS, agência de comunicação que atende exclusivamente ações de impacto social. No entanto, Carvalho chama a atenção para a importância do cuidado de não romantizar esse tipo de debate. Ela é enfática ao dizer que pessoas que se encontram em relações trabalhistas precárias, com jornadas de trabalho de 12 horas ou mais, para ganhar um subsídio, não estão empreendendo. Os entregadores por aplicativos – em sua maioria, jovens negros – submetidos a condições precárias de trabalho marcaram uma greve nacional para o dia 1º de julho para reivindicar garantias de direitos.

Tássia di Carvalho, CEO da Agência IS (Foto: Arquivo pessoal)

“Existem ações que pessoas fazem, que achamos que são gambiarras, mas, que na verdade, são iniciativas empreendedoras, que precisam ser desenvolvidas por meio do apoio de organizações”, alerta Tássia.

Para atender microempreendedores de favelas e periferias do Rio de Janeiro com informações sobre como desenvolver o negócio, a Agência IS, está oferecendo um curso gratuito online de Comunicação Digital para 300 pessoas.

No Brasil, cerca de 46 milhões de pessoas não têm acesso à internet

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 46 milhões de brasileiros ainda não possuem acesso à internet. A jornalista, que trabalha com a população de favelas e periferias há 15 anos, fala que é prioridade tornar a iniciativa o máximo acessível e está trabalhando para isso, simplificando a linguagem e mobilizando multiplicadores em três favelas da cidade: Complexo do Alemão, Providência e Turano, para apoiar os microempreendedores no acesso ao curso.

“A gente sabe que quando ensinamos a uma população que já é vulnerável algo que ela possa aplicar para poder ganhar dinheiro, nós estamos dando a capacidade de geração de renda de toda uma comunidade”, afirma a jornalista e publicitária.

As inscrições vão até segunda-feira (29) e podem ser feitas clicando aqui.

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