‘Honro a farda e aprendi que a PM é um importante elemento de coesão social’, diz Coronel Ibis Pereira após sofrer ataques de ex-MBL

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Coronel Ibis Pereira, ex-comandante geral da PMERJ atuante na defesa dos Direitos Humanos e na luta antirracista / Foto: Caio Oliveira

Esta semana o coronel Ibis Silva Pereira, que foi comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014, sofreu uma série de ataques nas redes sociais após ser acusado sem provas pelo youtuber, soldado da PM e ex- MBL (Movimento Brasil Livre), Gabriel Monteiro, de ter envolvimento com o tráfico de drogas. A Polícia Militar decidiu retirar o porte de arma e o direito da identidade funcional do soldado após o agente, que é lotado no 34º BPM (Magé), tratar o coronel de forma desrespeitosa, em pelo menos duas ocasiões, e divulgar em suas redes sociais vídeos onde faz graves acusações contra o coronel, tendo inclusive filmado-o sem autorização. Ibis Pereira é nacionalmente conhecido por ser um policial defensor dos Direitos Humanos e da luta antirracista.

A decisão da corporação foi tomada após uma sindicância interna que foi publicada no Boletim da PMERJ, na última quarta-feira (04). De acordo com o processo, o ex integrante do MBL, que apoia publicamente o presidente Bolsonaro,se passou por um estudante para “simular uma entrevista” com Íbis Pereira, na porta da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Este vídeo foi publicado no Youtube do soldado. Nele, o youtuber acusa o ex-comandante geral da PM de ter relação com o tráfico de drogas.

Na ocasião, segundo consta no processo, Ibis atendeu o jovem policial fora de seu gabinete, pois o soldado alegou que estava de bermuda e não poderia entrar na Alerj.

Um policial precisa ser, acima de tudo, alguém que cuida da lei e da sociedade Ibis Pereira, Coronel da reserva da PMERJ

Em nota, o coronel Ibis, que está há 33 anos na corporação e nunca respondeu a nenhum processo, declarou que a acusação do youtuber é leviana: “Questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. De qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral”, diz a nota.

“Nesses 33 anos de Polícia Militar,  eu honrei a farda e aprendi que a corporação é um importante elemento de coesão social. Um policial precisa ser, acima de tudo, alguém que cuida da lei e da sociedade, não que a transgride para fins de projeção pessoal. O que torna essa profissão incompatível com qualquer tipo de desrespeito com relação ao outro.

Acredito no diálogo como um elemento fundamental para aproximar as pessoas. Nunca me neguei a dialogar na esfera pública, de forma democrática e civilizada, como um bom policial deve fazer. Tenho, como cidadão, o dever de manter o respeito como diretriz de minha conduta, bem como tenho o direito e o compromisso  de garantir que minha história de vida, pessoal e profissional, não seja difamada”, finaliza.

No processo do qual foi alvo, o soldado youtuber respondeu por transgressão disciplinar de natureza grave. 

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