Grupos indígenas apresentam doenças crônicas, aponta estudos

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Migrarte 2018 - Encontro celebra o Dia Mundial do Refugiado e a Semana do Migrante. O evento acontece no Memorial dos Povos Indígenas. Na foto, índios da etinia Kariri Xokó, de Alagoas, fazem apresentação

Obesidade, hipertensão e diabetes são algumas das doenças crônicas identificadas em grupos indígenas do Pará após estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA). Das seis comunidades estudadas nas regiões de do Xingu e de Marabá, duas apresentaram casos das doenças.

Duas das seis comunidades indígenas apresentaram alteração nos casos de doenças crônicas – Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

“Essas alterações que estudamos – sobrepeso, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias – incluímos como doenças genéticas complexas, em que existe um forte componente genético predispondo a ocorrência dessas alterações, mas associado a isso tem que ter um componente ambiental que favoreça”, explica o coordenador da pesquisa, médico e doutor em Ciências Biológicas João Guerreiro.

Guerreiro ressalta ainda que, mesmo com a predisposição genética, os indígenas precisam adquirir hábitos que favoreçam a saúde. “Mudanças de comportamento e de padrões de alimentação certamente são responsáveis por essa transição epidemiológica que a gente está observando em algumas populações indígenas. O fato de terem se tornado mais sedentários, com menos atividades físicas, também contribui para o aparecimento dessas doenças”, afirma.

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O pesquisador enfatiza ainda que, mantendo o ritmo do desenvolvimento dessas doenças crônicas, a tendência é piorar o quadro. “E, se nada for feito para tentar conter essa expansão, se não for feito nenhum trabalho para tentar mudar hábitos alimentares e comportamentos, isso tende a piorar”, alerta.

“A gente acredita, e tem quase certeza, que há uma base genética também que predispõe algumas etnias a desenvolver essas doenças e outras não. De um total de seis [comunidades] que estudamos, todas elas submetidas a uma mesma pressão de contato, [em] duas a gente observou alterações nutricionais, nas outras, não. Então, provavelmente há diferenças genéticas, biológicas”, finaliza o pesquisador.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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