Flip 2019 confirma Marilene Felinto e Ayobami Adebayo

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Marcada para acontecer entre os dias 10 e 14 de julho, a 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou a participação das autoras Marilene Felinto e Ayobami Adebayo. Elas se juntarão a dois nomes de peso já anunciados: a portuguesa Grada Kilomba e o angolano Kalaf Epalanga.

Nome de destaque da prosa de ficção e do ensaio crítico contemporâneos, a escritora Marilene Felinto estreou na cena literária em 1985 com o romance As mulheres de Tijucopapo, com o qual recebeu o Prêmio Jabuti na categoria “Revelação de Autor”. No mesmo ano, o livro foi também premiado pela União Brasileira de Escritores, confirmando sua repercussão positiva. A obra já foi traduzida para diversas línguas, dentre as quais o inglês, o francês, o holandês e o catalão. A autora publicou ainda os romances O lago encantado de Gorgonzo (Imago, 1992) e Obsceno abandono: amor e perda (Record, 2002) – sua produção também contempla crônicas, ensaios e contos para adultos e crianças.

“Considero Marilene Felinto uma grande escritora cuja obra ficcional e jornalística deve ser revisitada e também conhecida por aqueles que não acompanharam sua trajetória até aqui. Em seus textos, Felinto toca em questões de gênero, raça e condição social no Brasil de forma original sem perder atualidade. São histórias ao mesmo tempo líricas e violentas, tristes e cheias de ironia”, afirma Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal da 17ª Flip.

Nascida em Recife, em 1957, Marilene Felinto mudou-se com a família para São Paulo em 1968. Graduou-se em letras pela Universidade de São Paulo. Deu aulas de língua e literatura inglesas, além de trabalhar como tradutora. Depois, foi colunista no jornal Folha de S.Paulo por doze anos, entre 1990 e 2002, e na revista Caros Amigos por outros seis. Apesar de ter se afastado completamente da imprensa, Marilene Felinto nunca deixou de produzir literatura.

Em 2019, a escritora prevê os lançamentos Fama e Infâmia: uma crítica ao jornalismo brasileiro, Sinfonia de contos de infância: para crianças e adultos e Contos reunidos: autobiografia de uma escrita de ficção — ou por que as crianças brincam e os escritores escrevem, todos em edições da própria autora.

Ayobami Adebayo

Antes mesmo de completar 30 anos, a nigeriana Ayobami Adebayo havia acumulado uma significativa lista de realizações: foi aluna de Chimamanda Ngozi Adichie e Margaret Atwood, teve seu romance de estreia Fique comigo publicado em uma série de países e citado nas listas de melhores livros de 2017, por veículos como The New York Times e The Guardian.

“A escrita de Ayobami Adebayo é viva e cativante, o livro é desses que você não consegue largar. É uma história muito comovente e emocionalmente forte sobre relações familiares. Essa narrativa, somada às questões sobre tradição e modernidade, masculino e feminino que aparecem no livro, criam uma grande estreia literária”, afirma Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal da 17ª Flip.

A autora e a obra

Ayobami Adebayo nasceu em Lagos, na Nigéria, em 1988. Formou-se em literatura anglófona na Universidade Obafemi Awolowo, em Ifé, cidade onde cresceu. No último ano do curso, participou de um workshop com a escritora e conterrânea Chimamanda Ngozi Adichie. Na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, fez mestrado em escrita criativa, ocasião em que teve aulas com Margaret Atwood. Adebayo, que é editora da revista literária nigeriana Saraba desde 2009, acumula uma série de colaborações com veículos internacionais, como The New York Times, BBC e The Guardian.

Fique comigo (Harper Collins, 2018), publicado originalmente em 2017, marca a estreia da autora. Ambientado na Nigéria das décadas de 1980 e 1990, época turbulenta de golpes militares, o livro trata do casamento entre os personagens Yejide e Akin. Tecendo reflexões sobre o patriarcalismo na sociedade nigeriana, desvela o dilema causado por conta da impossibilidade do casal de ter filhos e a pressão familiar em introduzir mais uma esposa na relação – no país, a poligamia é socialmente aceita. Pela obra, que consolidou Adebayo como uma importante voz na narrativa feminista nigeriana, a escritora recebeu indicações a prêmios como o Baileys Women’s Prize for Fiction, do qual foi finalista, e o prêmio Dylan Thomas de 2018.

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