“Eu amo quando as mulheres negras ocupam espaço” diz a escritora nigeriana Chimamanda Adichie

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A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, esteve no Brasil neste final de semana para o evento “Ler – Festival do Leitor”, no Rio de Janeiro. Os 3 mil ingressos do dia 14, data que ela se apresentou, esgotaram em 45 minutos. A palestra foi mediada pela filósofa e escritora brasileira Djamila Ribeiro. 

Chimamanda Adichie – Foto: Reprodução

Em entrevista ao programa Fantástico, neste domingo (15), Chimamanda contou sobre a criação da sua filha, racismo e representatividade negra. “Eu amo quando as mulheres negras ocupam espaço. Minha filha vai crescer em dois mundos. Um é um mundo antinegro, e esse é dos EUA. O outro mundo é a Nigéria, que não é sobre raça. Então, vou ter que ensiná-la que raça não a define. E também sobre as pessoas que são racistas, que isso é problema delas”, afirmou.

Chimamanda Adichie foi morar nos Estados Unidos com 19 anos e se formou em Ciências Políticas e Comunicação na Universidade de Connecticut, se tornou mestre em 2003 em escrita criativa na Universidade Johns Hopkins, e 5 anos depois, em 2008, finalizou o mestrado em artes sobre estudos africanos na Universidade Yale.

A escritora nigeriana volta ao Brasil após 14 anos, a última viagem com o país como destino foi em 2008, quando ela ficou surpresa com a falta de pessoas negras em espaço de poder e afirma que o Brasil é bem parecido com a Nigéria. “Eu me lembro de ter ficado impressionada com a ausência de pessoas negras. Então disse para as pessoas ao meu redor: ‘Onde estão os negros?’. Acho que é algo que deveria mudar só porque se você vive em uma democracia, a ideia de democracia é que todos devem ser representados”, fala a Adichie.

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Na coletiva de imprensa que ocorreu sexta-feira (13), antes do evento, Chimamanda informou sobre um possível livro que está escrevendo sobre a pandemia, para ela este foi um momento transformador. “É muito interessante que a humanidade já passou por outros momentos de horror como a peste bubônica, as duas guerras mundiais e muitas histórias interessantes de ficção foram contadas a partir desses eventos históricos que mudaram o caminhar do mundo. Então, eu estou muito animada para ler a ficção que será criada a respeito desse período e, talvez, quem sabe, eu não esteja escrevendo sobre isso também?”, finaliza escritora nigeriana Chimamanda Ngozi.

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