Estudante quilombola da UFRB é assassinada e polícia suspeita de feminicídio

9A357285-E373-4913-ABA1-40ED87977F1A.jpeg

A estudante do sétimo semestre de serviço social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, foi assassinada a tiros na noite desta quarta-feira (27), em Cachoeira, cidade do Recôncavo baiano. A polícia acredita que seja mais um caso de feminicídio. O ex-namorado de Elitânia, filho de juiz federal, não teve o nome divulgado até o momento.

Testemunhas apontam que três tiros foram ouvidos e o autor teria fugido andando. A universidade decretou luto oficial de três dias e as aulas foram no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), onde Elitânia de Souza estudava, foram suspensas. 

O vice-reitor da UFRB, José Pereira Mascarenhas Bisneto, emitiu nota de pesar: “As terríveis circunstâncias do crime contra Elitânia causam tristeza e indignação de toda a comunidade acadêmica. A UFRB deposita sua confiança nas autoridades para que a justiça seja feita”, e informou que a universidade estava em contato com a família para prestar a devida assistência.

Usando a hashtag #ElitaniaPresente, o Coletivo Unificado dos Estudantes Quilombolas da UFRB usou as redes sociais para pedir justiça. “Agora será nossa vez de clamar por justiça. Que o sangue derramado dos nossos não seja esquecido e que a justiça de Deus se faça eficaz e infalível”, diz a postagem feita ṕelo grupo.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia divulgou nota de repúguio ao feminicídio. “A violência contra a mulher, incluindo a sua forma mais bruta e cruel que é o feminicídio, é a principal violação dos direitos humanos. Governos e sociedade precisam estar juntos para enfrentar esse problema, já considerado uma epidemia. Cada assassinato de mulher, cada feminicídio, representa o nosso fracasso enquanto sociedade”, disse a secretária da SPM-BA, Julieta Palmeira.

O corpo da jovem está no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Santo Amaro, sendo que a delegacia de Cachoeira, onde o crime aconteceu, investiga o caso. 

Feminicídio é maior entre as mulheres negras no Brasil

A maioria das vítimas de feminicídio (61%) são negras e 70,7% destas estudam até o ensino fundamental, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública com dados de 2017 e 2018, divulgado neste ano. Ainda segundo o anuário, 88,8% dos autores de crimes são companheiros ou ex das vítimas.

Mulheres com idade entre 30 e 39 anos são maioria das vítimas, 29,8%, seguidas pelas mulheres com idade entre 20 e 29 anos, que representam 28,2%. Em 65,6% dos casos, as mortes acontecem nas residências das vítimas.

Deixe uma resposta

scroll to top