Espetáculo relembra caso de Claudia Silva Ferreira, morta após ser arrastada por viatura, em 2014

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Domingo, 9 de março de 2014. Foi neste dia que Cláudia Silva Ferreira chocou o Brasil ao aparecer sendo arrastada no asfalto por um camburão da polícia militar. Cinco anos depois, a cruel e trágica história de Cláudia chega aos palcos.

Os contornos desse caso absurdo serão abordados pelo viés teatral com a peça “A mulher arrastada”, atração do Festival Palco Giratório, que acontece no Espaço Cultural Escola Sesc, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Com entrada gratuita, o espetáculo será encenado às 19h30 do próximo sábado (26). Segundo Diones Camargo, diretor da obra, o nome foi uma alusão à repercussão do caso.

“É essencial trazer o nome da Cláudia de volta, que foi perdido através de um processo de desumanização que a transformou apenas numa estatística. Era uma mulher, negra, mãe de quatro filhos que perder a vida de maneira brutal – contou, em entrevista ao jornal O Globo.

Celina Alcântara (na foto) está no elenco da montagem, ao lado de Pedro Nambuco
Regina Peduzzi Protskof / Divulgação

O caso

Baleada durante uma troca de tiros entre PMs e traficantes do Morro da Congonha, em Madureira, Zona Norte do Rio, a mulher foi socorrida por policiais e colocada dentro do camburão, que a levaria para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, bairro próximo. Pelo menos foi isso que os militares alegaram em depoimento à polícia civil na época. O fato é que Cláudia já chegou morta à unidade, posto que ficou presa para fora do veículo da PM e foi arrastada pelo asfalto por cerca de 250 metros. O corpo da vítima chegou em carne viva no hospital, levantando suspeitas na família.

“Achamos estranho quando vimos o corpo daquele jeito. Desconfiamos de que havia acontecido alguma coisa no trajeto até o hospital”, afirmou Diego Gomes, primo de Cláudia, ao jornal Extra em 2014.

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