Escritor paulista publica livro sobre os efeitos da pandemia no sistema prisional

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Wesley Barbosa – Foto: divulgação

Os efeitos da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, nas prisões brasileiras é tema da nova obra ficcional do escritor Wesley Barbosa, lançado em setembro, pela editora Ficções, do escritor Alonso Alvarez, o primeiro editor a ter uma livraria aberta durante a madrugada paulistana.

O livro intitulado ‘Parágrafos Fúnebres’ conta em 52 páginas a história de Joaquim, um homem que está preso há dez anos acusado de praticar crimes como assaltos e homicídios. Na prisão, o personagem aprende a escrever e a ler autores como Dostoievski e Victor Hugo. É quando a pandemia se espalha pelo mundo e os prisioneiros não têm ao menos sabão e água para lavar as mãos.

O autor optou por realizar o livro no formato de bolso para as pessoas refletirem dentro dos ônibus, estações de trem, a caminho de casa ou do trabalho acerca dos impactos da Covid-19 NA população prisional. “É também um livro de guerra contra o governo instaurado, porque abrange um contexto em que eu pude abarcar a metáfora perfeita de opressores e oprimidos, mas a escrita e a leitura serviram de apoio de redenção a Joaquin, que tenta a todo custo se agarrar a um fiapo de esperança”, diz Barbosa.

O escritor Pedro Rogério Moreira, autor do romance “Bela noite para voar” assim que leu ‘Parágrafos Fúnebres’ o definiu como realismo cruel. O livro, que também está disponível em formato digital, conta com uma apresentação do dramaturgo Mário Bortolotto.

Wesley escreve como se incitasse aos condenados que façam a última oração para que suas almas atravessem o pátio, escalem os muros e como se aproveitando do indulto derradeiro lhes  fosse permitido sobrevoar a cidade com suas fitas negras nos calcanhares e moedas sobre os olhos”, diz trecho da apresentação.

Barbosa também é autor de ‘O Diabo na mesa dos fundos’, lançado pela Selo Povo Editora. O autor realiza a venda dos livros de mão em mão ao sair de sua casa em Itapecerica da Serra para o centro de São Paulo. O escritor enchia a mochila de livros e abordava as pessoas na rua para divulgação do título.

Com as vendas em alta, o autor imprimiu mais exemplares para a venda. Durante o surto do novo coronavírus, no entanto, passou a divulgar a obra apenas nas redes sociais e enviar via Correio a leitores de todas as regiões do país, o que também o possibilitou a edição do novo trabalho.

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