Ensaio de moda mostra sugestões para fantasias de carnaval sem gastar muito

Deusa da mata: Carol Oliveira, geógrafa e atriz, veste Kimono Maria Chantal, cordão e brinco Atelier Bela Bbell, cinto Acervo e adereço Juliana Pereira/Crédito: Luana Depp

O Carnaval para o Notícia Preta é coisa séria! Por isso, resolvemos ajudar nossos leitores a prepararem a fantasia para a maravilhosa Festa de Momo sem gastar muito. Responsável pela produção do ensaio desta matéria, Juliana Pereira conta que sua inspiração primeira foi a atmosfera retratada em Wakanda, cidade fictícia do universo do herói “Pantera Negra”.

“A inspiração foram nossos guerreiros ancestrais com uma pitada de carnaval de rua, que traz o colorido, o improviso e, claro, o conforto para pular o dia todo”, explica a profissional, que mesclou nos looks peças estampadas com outras lisas de cores bem vibrantes.

Rainha do carnaval: Carol Falcão, atriz, veste top e hot pant vermelhos Afrobeach, pano Maria Chantal, cordão Atelier Bela Bbell, pulseiras Acervo e adereço de cabeça Juliana Pereira/Crédito: Luana Depp

O calor faz com que esteja mais do que liberado o uso de roupas curtas. Ligia Parreira, dona da marca Devassas.com e designer de modas, conta que está na moda fazer fantasias usando peças de utilizadas em praias e piscinas.

“Hoje a tendência é misturar “beach wear” com adereços de cabeça. As fantasias estão com cabeças bem elaboradas acompanhadas de body, maiô ou mesmo biquíni. Para pessoas mais inibidas, uma sugestão é colocar saia de tule por cima. Além disso, pode abusar também de colares volumosos”, indica a empresária.

Detalhe do adereço de cabeça feito por Juliana Pereira/Crédito: Luana Depp

Companheira número um dos foliões, a purpurina foi deixada de lado neste ensaio por motivos ecológicos. Mas, se você reparar bem, vai ver que não faltou brilho nas produções.

“Hoje já temos opção consciente de glitter, além de tinta para a pele e sombras que já temos no armário. Sou carnavalesca de bloco de rua no Rio de Janeiro desde 2006 e a nossa marca registrada é também criar nossa própria fantasia, a criatividade brilha mais que purpurina”, conta Juliana, que também é a responsável pelos adereços de cabeça usados nas fantasias: “Todos foram feitos com peças reaproveitadas (de brechó, de bijouterias ou cintos) e retalhos de tecidos”.

Guerreiro tribal: Lucas, estudante e ator, veste camisa Lira, bermuda Neri, cordões Atelier Bela Bbell e adereço Juliana Pereira/Crédito: Luana Depp

O que pode e o que não pode

Mas não é só com temas ancestrais que se faz uma fantasia para mulheres e homens negros. Para Ligia Parreira, nós podemos nos vestir do que quisermos.

“Acho que é interessante ter representatividade negra em fantasias que são usadas por brancas, como sereias. Existem sereias negras sim, por que não? É importante que a gente esteja com fantasias da moda. É interessante também investir numa que faça uma reflexão, que as pessoas vejam e perguntem. Até porque, chega uma certa idade em que você já se fantasiou de tudo”, brinca a designer de moda: “Nós somos flores, unicórnios, sereias, girassóis… O importante é ter o sorriso na cara, ser feliz e pular a folia”.

Detalhe dos acessórios da fantasia masculina

O clima de “tudo liberado” acaba quando falamos no racismo que aparece em algumas vestimentas. Ligia apela para o bom senso na hora de cair na folia sem desrespeitar o próximo:

“Ser negro não é fantasia, essa questão da nega maluca está muito em voga, está há anos aí, acho que não é interessante fazer essa nega maluca nem nenhum outro tipo de “black face”. Tem também os homens que se fantasiam de mulheres da pior maneira possível e vejo gente se fazendo de negro e índio de uma maneira sem contexto, nem inovação. Nos dias de hoje, ainda mais que estamos vivendo momentos obscuros, é preciso pesquisar sobre ideias, fazer com que gere reflexão”.

Crédito: Luana Depp

Créditos
Fotografia: Luana Depp
Maquiagem: Jennifer Ayallem
Produção: Juliana Pereira

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