Em meio a crise do coronavírus Governo corta 158 mil Bolsas Família, 61% são do nordeste a regiãocom maior população negra do Brasil

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Nem mesmo a pandemia do Covid-19 impediu que o Ministério da Cidadania retirasse 158 mil de famílias carentes do programa Bolsa Família. Os benefícios foram cortados no mês de março, 61% deles eram pagos à famílias da região Nordeste do país, onde estão concentrados o mairo percentual dos negros do Brasil, segundo o “Mapa da Distribuição Espacial da População, segundo a cor ou raça – Pretos e Pardos”, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Não por acaso, em janeiro deste ano, apenas 3% das famílias que ingressaram no programa eram do Nordeste.


O número de beneficiários do Bolsa Família no Brasil na era Bolsonaro é o menor desde maio de 2017, quando o programa teve o maior corte da de sua história e 543 mil bolsas foram retiradas.

Em nota enviada ao portal UOL, o Ministério da Cidadania explicou que a redução ocorreu porque novas 185 mil famílias ingressaram no programa, mas 330 mil “se emanciparam” por apresentarem evolução nas condições financeiras, “ou seja, superaram as condições necessárias para a manutenção do benefício”.

Mesmo o governo afirmando que milhares de famílias ‘se emanciparam’ e não necessitam mais do beneficio, vale ressaltar que a extrema pobreza subiu no Brasil e já soma 13,5 milhões de pessoas sobrevivendo com até 145 reais mensais. O número de miseráveis vem crescendo desde 2015, invertendo a curva descendente da miséria dos anos anteriores. De 2014 para cá 4,5 milhões de pessoas caíram para a extrema pobreza, passando a viver em condições miseráveis. O contingente é recorde em sete anos da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta do desemprego, os programas sociais mais enxutos e a falta de reajuste de subvenções como o Bolsa Família aumentam o fosso do mais pobres. O indicador de pobreza do Bolsa Família, por exemplo, é de 89 reais, abaixo do parâmetro de 145 reais utilizado pelo Banco Mundial.

O Bolsa Família atende famílias que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 mensais, e de pobreza, com renda entre R$ 89,01 e R$ 178 mensais. Se a renda per capita for maior do que isso, a família é retirada do programa.

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