Em live, Bolsonaro informa dados incorretos sobre preços do gás de cozinha e da gasolina

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Em sua live semanal, realizada nesta quinta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro divulgou dados incorretos e distorcidos sobre o preço do gás de cozinha e da gasolina e sobre o número de pessoas empregadas em 2020. A checagem foi feita pelo UOL Confere, projeto do site UOL para checagem de informações.

“O gás de cozinha tá caro? R$ 130, em média. Mas vou falar o contrário. Não tá caro. Custa R$ 45 quando ele é engarrafado. O que eu fiz? Zerei o imposto federal”, disse o presidente. Porém, o gás de cozinha tem o valor médio no Brasil de R$93,45, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o imposto suspenso informado pelo Presidente teve impacto de somente R$2,18 no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha.

Outra afirmação de Jair Bolsonaro na transmissão ao vivo foi referente ao número de pessoas empregadas; ele afirmou que “terminamos dezembro de 2020 com mais gente empregada com carteira assinada do que em 2019”. Esta informação, segundo a checagem, está equivocada, uma vez que não existem dados suficientes e houve alteração no levantamento realizado pelo Ministério da Economia, passando a abranger trabalhadores temporários, os quais não faziam parte antes. 

Em 2020, o Brasil teve 38,9 milhões de carteiras assinadas e no ano de 2019 foram 39 milhões de empregos formais, como mostram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Ao comparar o mês de dezembro de 2020 com a mesma data de 2019, percebe-se que houve redução nas demissões, de 67.906 postos perdidos contra 307.311, respectivamente. O número de vagas de empregos geradas foi menor em 2020 com 142.690 e em 2019 teve 644.079.

O Presidente também retirou do Governo Federal a responsabilidade do preço da gasolina. De acordo com ele, a gasolina, que custa hoje R$6,00 em média, não está cara. “O que ultrapassa os R$ 2,70, para chegar a R$ 5,70? Aí é o frete, margem de lucro e ICMS. O ICMS, em média, é o dobro do imposto federal. Agora, quando aumenta na refinaria, que aumenta sim, é pouco, mas aumenta, e o ICMS acompanha.”

Conforme a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, o preço do tributo federal informado por Bolsonaro está incorreto e seria de R$0,89, não R$0,75. De acordo com a Petróleo Brasileiro (Petrobras), ocorreu aumento na semana passada e o valor da mistura da gasolina com o etanol (gasolina comum) é de R$2,03 e não R$1,95. Somente pelas refinarias da Petrobras houve aumento de 51% até o momento em 2021, o valor que é da empresa interfere em um terço do combustível, ou seja, qualquer alteração na estatal tem interferência direta no preço da gasolina e demais.  

Além das cobranças, federal e porcentagem da Petrobras, possui a taxa estadual do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que varia de estado para estado, sendo tarifada assim que o combustível sai da refinaria e é transportado para comercialização.

Leia também: Bolsonaro será investigado por divulgar dados sigilosos da Polícia Federal

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