Educafro denuncia à ONU ‘extermínio do povo negro’ na pandemia

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Protesto no Rio de Janeiro, em dezembro, pela morte das meninas Emilly e Rebecca Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

A ONG Educafro apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) um relatório denunciando as “graves violações aos direitos humanos contra os grupos mais vulneráveis – quilombolas, indígenas, negros, pobres e populações de rua — em razão da política de estado adotada pelo governo federal na pandemia da Covid-19”.

O documento foi apresentado na última quinta-feira (29) durante uma reunião on-line realizada pela ONU com representantes de cerca de 80 entidades indígenas e negras

O relatório da Educafro foi elaborado por oito juristas voluntários e tem como debate central o “novo tipo de extermínio do povo negro a partir da pandemia da Covid-19”. A Educafro aguarda agora um posicionamento oficial da ONU.

Segundo pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os afro-brasileiros morrem 39% mais do que brancos no Brasil pela Covid-19. Qualquer lugar sério colocaria esse como um grupo de risco com prioridade na vacinação. No Brasil nem se discute isso. Há um total desprezo por parte das autoridades contra esse povo” comentou o diretor-executivo da organização, Frei David, em entrevista ao jornal O Globo.

A proposta principal do documento é que a ONU convença o governo brasileiro, enquanto país membro, a realizar uma reunião emergencial sobre o tema com comunidades indígenas e negras, tendo a organização como mediadora.

Outra demanda apresentada no relatório é que negros e quilombolas estejam nos grupos prioritários na vacinação contra a Covid-19, assim como os indígenas.

Fonte: O Globo

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