Economista nigeriana será a primeira mulher a comandar a OMC

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Em 25 anos de existência, esta é a primeira vez que uma mulher está à frente da Organização Mundial do Comércio (OMC). A economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala teve total apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden para a nova função.

Conhecida por ter enfrentado sequestradores dentro de casa, combatido a corrupção e ocupado os cargos mais altos do Banco Mundial, a ex-aluna de Harvard é tida como uma mulher de personalidade forte. Justamente por ser uma líder de pulso firme a Casa Branca decidiu que ela tem todos os requisitos para colocar o comércio global de volta nos trilhos e fechar os abismos cada vez maiores — seja entre a China e os Estados Unidos ou nações ricas e pobres — em um momento em que as regras econômicas básicas estão em jogo.

Se eu for considerada um problema para o sistema por causa do meu desejo de limpar nossas finanças públicas e trabalhar por uma vida melhor para os nigerianos, então que assim seja”, escreveu em seu livro “Reformando o irreformável”.

O apoio de Biden desfaz o bloqueio imposto pelo ex-presidente Donald Trump, depois que um painel de seleção da OMC recomendou Okonjo-Iweala como chefe em outubro.

Ngozi Okonjo-Iweala nasceu em Ogwashi-Ukwu, no sul da Nigéria. Ela passou a maior parte de sua infância com a avó, enquanto seus pais estudavam nos Estados Unidos. Ngozi saiu de casa ainda adolescente, em 1973, para estudar economia em Harvard e, em 1981, obteve seu doutorado em Economia Regional e Desenvolvimento pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, tornando-se cidadã dos Estados Unidos em 2019.

Okonjo-Iweala é filha de um rei da Nigéria, mas foi com sua mãe que viveu um dos acontecimentos mais marcantes de sua vida: viu a progenitora ser sequestrada — ela ousou denunciar a corrupção na indústria do petróleo nigeriana — e então encarou seus captores. Detalhes do episódio, porém, nunca foram revelados. E a própria Okonjo-Iweala também já recebeu telefonemas ameaçadores de adversários políticos.

Em 2007, ela fundou a NOI Polls, o primeiro grupo de pesquisa de opinião indígena da Nigéria, que tem parceria com a Gallup. Seguindo seus passos em Harvard, sua filha e três filhos se formaram na escola da Ivy League. Seu marido é um neurocirurgião que mora em Washington.

Grande período do currículo de Okonjo-Iweala foi passado no Banco Mundial, sendo a número 2 da instituição. Na Nigéria, foi ainda a primeira mulher Ministra das Finanças do país, sob o comando do ex-presidente Olusegun Obasanjo.

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