Economista dá dicas de planejamento financeiro para 2022

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Um planejamento financeiro é necessário para qualquer segmento prosperar e a vida pessoal não é diferente. Para a economista, fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, Gabriela Chaves, organizar as finanças é fundamental para iniciar um ano com tranquilidade, ainda mais devido o momento econômico que o país passa.

Ela explica que, buscar um planejamento desconexo com a realidade financeira é frustrante, uma vez que as pessoas não conseguem alcançar o que almejavam e, de certa forma, atinge a saúde mental. A especialista ressalta que dinheiro e saúde mental são dois tabus a serem quebrados, principalmente por pessoas negras. “O dinheiro facilita a compra de alimentos e possibilita o acesso à educação, serviços de saúde, lazer, transporte e moradia”, afirma.

Gabriela Chaves lembra da importância de fazer planejamentos dentro da realidade de cada um – Foto: Reprodução

Gabriela dá seis dicas de como se organizar e fazer um planejamento assertivo para 2022.

Identifique as suas fontes de renda: esse é o primeiro passo para fazer um planejamento financeiro. Quais são suas fontes de renda mensais como trabalho formal ou informal. Acompanhar e entender as entradas de dinheiro é importante, pois a desorganização financeira muitas vezes é fruto de uma remuneração muito baixa e não de uma má gestão.

Consigo obter uma renda extra ou reduzir gastos? Dois agravantes para o endividamento são os salários baixos e uma renda curta no fim do mês. Com pouco dinheiro, muitos recorrem aos empréstimos ou acumulam dívidas para comprar o básico para sobreviver. Neste sentido, é importante que cada pessoa analise, de acordo com com a sua realidade, se há alguma forma de obter renda extra, reduzir gastos ou realizar economias que diminuam os valores das contas de cartão de crédito.

Construa uma reserva de emergência: a pandemia mostrou a necessidade da construção de um ‘colchão financeiro’, pois permite que famílias e indivíduos consigam lidar com imprevistos. Se acontecer uma eventualidade como problema no carro ou na sua geladeira, você teria R$1.000 ou R$2.000 disponíveis? Se a resposta for ‘não’, significa que há risco de endividamento. Ela ressalta ainda que para criar uma reserva de emergência é preciso calcular o custo básico de vida como moradia, alimentação, saúde e transporte. “O ideal é que guarde pelo menos seis vezes esse valor, mas pode começar guardando o que consegue. Isto garante, no caso de desemprego, que você tenha seis meses de sobrevivência mínima garantidos”, explica.

Defina objetivos: Avalie quais são os seus planos financeiros para 2022, como pagar despesas, quitar dívidas ou realizar um sonho. Para realizá-lo, priorize os que devem ser concluídos primeiro. Se você tem R$200 mensais ou menos para quitar dívidas, use apenas esse valor, pois caso utilize todo o salário ou renda mensal, você ficará sem dinheiro. Tenha em mente que nem sempre é possível atingir os objetivos de um dia para o outro. Se você tem uma dívida pequena, se organize para sair dela em até 2 anos. Se tem uma dívida média, se estruture para sair em até 5 anos. Caso tenha uma dívida grande, alinhe para sair dela em até 10 anos. “O mesmo deve ser aplicado para outros objetivos, ao estabelecer metas de curto, médio e longo prazo”, comenta.

Foto: Reprodução

Aprenda mais sobre educação financeira: “pensar em dinheiro é uma forma de autocuidado. Para isso, é necessário aprender a gerenciar as finanças, fazer uma reserva, evitar ciladas, golpes e endividamentos. Estes aprendizados são possíveis através da educação financeira, que considera a sua realidade”, ressalta a especialista, que completa.

“Nem sempre se consegue pagar por um curso, mas há iniciativas como a NoFront, que ensinam economia e finanças, gratuitamente, nas redes sociais. Além disto, a iniciativa disponibilizará formações em 2022, por meio do NoFront Social, para grupos minorizados: pessoas negras, indígenas, em situação de vulnerabilidade social, LGBTQIA+, mães solo, mulheres, jovens e desempregadas”.

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Por último, mas não menos importante, cuide da sua saúde mental: As finanças mexem com o emocional e a autoestima, pois a sociedade prega que “cada um vale o que tem”. E quando estamos em situação de endividamento ou desemprego, nos sentimos fracassados e adoecemos.

Gabriela lembra ainda que é importante aprender que no sistema atual, quase todos os agentes estão endividados. O Governo está endividado, o Estado está endividado, os municípios estão endividados, as empresas emitem dívidas, famílias se endividam. “Precisamos ter consciência que esses momentos delicados são temporários. Busque apoio psicológico. Uma ótima opção é procurar atendimento gratuito na sua cidade ou em organizações que oferecem o serviço sem custos. Cuidar da saúde mental deve ser sempre a prioridade, em qualquer momento da vida”, conclui.

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