Dicas Netflix: produções que abordam o preconceito racial

É de se notar que a Netflix parece estar bastante animada com as produções voltadas ao público interessado em questões políticas, sociais e de inclusão. Tanto que na série Sense8, que fez grande sucesso no Brasil, podemos ver personagens de diferentes etnias, gêneros e ainda uma transexual.

Mas pode ser fácil se perder na imensidão do catálogo. Aqui, trouxe algumas dicas de filmes e séries que tem como tema central a questão do negro na sociedade. Abordando apropriação cultural até o sistema carcerário americano, as opções são muitas. E estão sempre se expandindo (ainda bem!)

1 – What Happened, Miss Simone? (2015)

No documentário de 2015, é possível se ter uma noção de como foi a vida de Nina Simone como militante do movimento negro e percussora do jazz e do blues. É contado como seu sonho inicial era na verdade tocar piano clássico e sua frustração ao não conseguir. Com sua carreira decolando, passou a ser disputada por casas de shows. Porém, após o massacre de 1963, no Alabama, onde quatro crianças foram assassinadas e após o assassinato do ativista Medgard Ever, Nina se tornou efetivamente uma ativista pelos direitos civis dos negros americanos. Assim, juntou sua luta política a Martin Luther King e Malcon X, até começar a ter seus shows boicotados pela desculpa de suas músicas serem “políticas demais”.

2 – 13th (2016)

Para assistir 13th, pode ser preciso parar para respirar algumas vezes. Logo de início, somos bombardeados com as seguintes informações: “Os Estados Unidos possui 25% dos detentos no mundo, 40% destes são negros, hispânicos ou latinos e atualmente vem crescendo a prisão por emigração ilegal”. A partir daí, o documentário começa a descrever como funciona o sistema jurídico-penitenciário americano e como ele pode ser excessivamente racista e violento. A décima terceira emenda, que dá o título, garante que nenhum cidadão americano será submetido a nenhuma forma de trabalho forçado, exceto se o indivíduo for criminoso condenado. É então que começamos a entender a relação escravagista que ainda existe no sistema. Indicado ao Oscar 2017, é essencial para entender as relações racistas de poder.

3 – Dear White People (2017)

Comparada aos exemplos anteriores, Dear White People pode ser considerada mais “leve”, mas mesmo assim carregada de críticas. A série tem atualmente 2 temporadas e foi a primeira produção do serviço de streaming a falar abertamente sobre o racismo e o colocar como o vilão da narrativa. De forma direta, é como se desse uma aula sobre como, onde e o que é o preconceito racial. Adaptação do filme de 2014 de mesmo nome, mostra a rotina de alunos negros em uma universidade majoritariamente branca, passando por situações que vão desde a prática do blackface até a violência policial.

4 – The Black Panther: Vanguard of the Revolution (2015)

Fundado na Califórnia em 1960, o Partido dos Panteras Negras lutou pelos direitos dos negros, de forma a intimidar o preconceito racial e a violência policial. O grupo causou certa controvérsia por se apoiar no uso de armas, porém ganhou muitos adeptos e respeitabilidade.
O documentário conta o surgimento do grupo e sua expansão a partir de falas de ex-membros, e sua perseguição pelo então diretor do FBI à época, conhecido por atuações não ortodoxas. O filme apresenta tanto críticas e contradições aos Panteras Negras como a sua luta por direitos iguais e a responsabilidade de devolver o orgulho negro.

5 – Liberdade por um Fio (2018)

O mais recente de todos, conta um aspecto diferente na luta racial: a busca pela auto aceitação dos traços e características negras. A comédia romântica conta a história de Violet, que desde criança se vê obrigada a alisar seu cabelo afro. A beira de um colapso, a personagem começa a se aceitar aos poucos conforme muda seu cabelo, chegando até mesmo a raspá-lo. Apesar de não aprofundar questões que mereciam maior destaque, como o seu próprio namorado querer domar sua natureza, o filme ganha pontos só por abordar de forma leve algo que ainda não é tão discutido na sétima arte.

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