Mapa da desigualdade 2021 revela que diferença de idade ao morrer pode chegar a 22 anos em bairros de São Paulo

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Paraisópolis. Foto: Tuca Vieira

Paraisópolis. Foto: Tuca Vieira

Lançado na última quinta-feira (21) pela Rede Nossa São Paulo, o Mapa de Desigualdade 2021 revelou que um morador do Alto de Pinheiros, bairro nobre da Capital paulista, vive cerca de 22 anos a mais do que um morador da Cidade Tiradentes, no extremo Leste de São Paulo. Além deste dado, este ano, foram acrescentados ao estudo as categorias “agressões por intervenção policial” e “mortes por intervenção policial”.

O mapeamento ajuda na identificação das necessidades em 96 distritos da capital paulista, e tem o objetivo de auxiliar a gestão municipal na formulação das políticas públicas. 0 mapa da desigualdade é realizado desde 2012 e apresenta os seguintes temas:  população; meio ambiente; mobilidade: direitos humanos: habitação; saúde; educação; cultura; esporte; trabalho e renda; e infraestrutura. 

Ana Lisie Silva, 30, assistente social, pós-graduada em Direito Social e Políticas Públicas, fez uma leitura sobre a atual situação de vulnerabilidade, infraestrutura e desigualdade nas comunidades periféricas. “A situação de desigualdade periférica é alta, apesar de sermos um país muito rico as políticas públicas não supre as necessidade de toda população, trabalhando nas periferias observo que a população não tem acesso a transporte público de qualidade, água encana, pouca renda e com a pandemia a situação ficou ainda mais alarmante”, pontou.

Para Ana a desigualdade fere os direitos humanos: “se exige da população fique em casa, mas essas casas muitas vezes não tem uma estrutura e deixando de trabalhar ninguém terá como colocar comida na mesa, o governo não paga um auxílio digno e essas pessoas não têm condições. Com esse direito violado, o jovem recorre ao crime, ou vende produtos no semáforo, para levar comida a suas casas”, avaliou.

Ela conclui:´´ Enquanto essa situação não for resolvida jovens negros continuaram morrendo. É necessário reavaliar esses os programas de auxílio pois seus processos são burocráticos, o que torna o acesso mais excludente do que inclusivo,  isso aumenta as demandas no CRAS, aumento dos crimes, violências, todas essas situações  são reflexos  dessa desigualdade nas periferias.´´

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