COVID-19: O Brasil já tem 13 milhões de desempregados e a população negra é a maioria, segundo dados do IBGE

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A presença da pandemia de Covid-19 no país, juntamente com a crise econômica, escancarou as desigualdades e a urgência de diminuir o abismo que existe entre as classes mais ricas e mais pobres

Uma pesquisa realizada pelo IBGE no final de setembro mostra que a população brasileira desempregada chegou a 13 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho de 2020. Houve um aumento de 561 mil pessoas desempregadas em comparação ao mesmo período de 2019. Já a população ocupada corresponde a 82 milhões, menor número da série histórica iniciada pelo Instituto em 2012.

Adriana Beringuy, analista da pesquisa, afirmou que as quedas de desemprego constantes por conta da pandemia do coronavírus no país foram decisivas para os recordes deste trimestre de maio a julho. 

Historicamente, a maior taxa de desocupação é entre os pretos e pardos, que formam o grupo de negros. Informações divulgadas pelo IBGE no mês de agosto que trouxeram o recorte de cor/raça demonstraram que o desemprego entre pretos é 71% maior do que entre brancos. Já entre os pardos é 48% maior do que entre as pessoas brancas. Além disso, dados ainda apontaram que a maioria dos desempregados é jovem, negro e tinha feito o ensino médio incompleto ou integralmente.

Nos meses de maio, junho e julho, o número de pessoas que não buscaram por trabalho, mas gostariam de conseguir uma vaga de emprego e estavam disponíveis para trabalhar também atingiu recorde. Agora são 5,8 milhões de pessoas.

A pesquisa ainda analisa a situação de dez grupamentos de atividades. A população ocupada diminuiu em oito deles. A ocupação de Alojamento e alimentação perdeu cerca de 1 milhão de pessoas empregadas e na Indústria foram 916 mil pessoas a menos. Construção e Comércio perderam juntos mais de 2 milhões de pessoas.

Também atingindo um baixo patamar no número de trabalhadores, o trabalho doméstico teve uma queda de 26,9%, o que corresponde a 1,7 milhão de pessoas a menos, em relação ao mesmo trimestre de 2019. Segundo dados da plataforma de Jornalismo de dados, Gênero e Número, de 2020, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2019, as mulheres representam 96% desse setor e a maioria é negra.

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