‘Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado’, diz homem que foi algemado a moto de PM

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A imagem de Jhonny Italo da Silva, de 18 anos, algemado a uma moto da Polícia Militar de São Paulo, viralizou e chocou o país na última semana. Ele estava respondendo em liberdade a um processo por tráfico de drogas e foi pego transportando maconha após bater com sua moto. Após o episódio, Jhonny foi encaminhado a um centro de detenção provisória, onde está preso. De lá ele escreveu um bilhete e falou sobre o caso.

“Me senti humilhado, tive medo de morrer. Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado”afirmou em um bilhete enviado ao Fantástico

A cena aconteceu à luz do dia. Enquanto está filmando, o autor do vídeo que viralizou ri da situação: “Filma aí! Algemou e está andando igual um escravo. Óia. Vai roubar mais agora?”

As associações Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo entraram na semana passada com uma ação civil pública na Justiça contra o governo de São Paulo neste caso que aconteceu no dia 30 de novembro.

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Tabletes de maconha apreendidos pela PM com rapaz que foi algemado e puxado por moto da corporação em SP — Foto: Divulgação/PM de SP

O agente que arrastou o rapaz foi afastado apenas pela corporação, que criticou a maneira como a prisão foi feita e apura a conduta dele. Já o jovem foi autuado na Polícia Civil por dirigir sem habilitação e indiciado por transportar 11 tijolos de maconha escondidos numa mochila de entregas. Ele está preso atualmente no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, na Zona Leste.

As entidades que entraram com a ação na Justiça alegam no documento que o caso protagonizado pelo agente da PM contra o jovem negro foi uma “manifestação explícita de racismo estrutural e institucional” e pedem “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra e ao povo brasileiro de modo geral, em razão de graves atos de violência policial.”

A ação proposta pela Educafro e Centro Santo Dias pede uma indenização de R$ 10 milhões do governo, a ser revertida ao Fundo Estadual de Direitos Difusos do Estado de São Paulo. Além disso, solicita que a Justiça obrigue o estado a implantar medidas antirracistas na Polícia Militar como, por exemplo, determinar:

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