Coletivo oferece bolsa em curso de comissário de voo

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A bolsa é destinada apenas para pessoas negras

Kenia Aquino e Laiara Amorim são duas das responsáveis pelo projeto – Foto: Quilombo Aéreo

O Coletivo Quilombo Aéreo, de Porto Alegre (RS), abriu inscrições para o curso de comissário de voo, com vagas exclusivamente voltadas para tripulantes negros. As inscrições para o curso vão até o dia 29/03 e podem ser realizadas pelo site do Quilombo Aéreo.

O projeto “Voo Negro” tem o objetivo de dar oportunidade e visibilidade a tripulantes pretos e “Conscientizar as empresas sobre os efeitos do racismo institucional”. Além disso, o Coletivo acredita ser importante “desenvolver estratégias de autocuidado e cuidar da saúde mental de negras e negros aeronautas”.

Segundo Laiara Amorim, uma das responsáveis pelo Coletivo, a ideia surgiu a partir da observação da quantidade ínfima de pessoas negras nas companhias aéreas. “Na Aviação Civil, pessoas negras preenchem apenas 8% das vagas. Observamos a necessidade de enegrecer esse espaço e de trazer para esse contexto outros e outras como nós e identificar quais eram as dificuldades para a nossa população para ter acesso a esse espaço. Então, quando nós pensamos nesse projeto, pensamos também em empregabilidade, pensamos também em que nós negros temos o direito de viajar, temos o direito de fazer intercâmbio, temos o direito de mudar nossa realidade financeira”, afirma Laiara.

Laiara Amorim é uma das coordenadoras do Quilombo Aéreo – Foto: Reprodução Quilombo Aéreo

Ainda de acordo com Laiara, a porcentagem de pessoas negras ocupando essa área ainda é baixa por ser um espaço onde a maioria das pessoas que são oportunizadas, são brancas. Para o Coletivo é importante valorizar a presença de pessoas negras em todos os espaços. “Principalmente nos lugares que nós escolhemos estar e não nos principais empregos que a sociedade impõe que nós estejamos”, ressalta Laiara.

Laiara Amorim enfatiza ainda que a aviação pode trazer mudanças financeiras e culturais. “A importância desses lugares que são majoritariamente brancos e que nos excluem é porque há um poder monetário por ali.” Ela alega que os cursos e a inserção no mercado de trabalho muda efetivamente a realidade de muitas pessoas negras, uma vez que a remuneração da aviação está acima da média do que a maioria das pessoas negras recebem ao longo da vida. “Depois de nos debruçar muito em cima disso tudo e conseguir informações, nós (Coletivo Quilombo Aéreo) nos inscrevemos em um edital com o intuito de viabilizar essas formações para jovens negros periféricos e, a partir disso, tentar criar uma rede de ajuda mútua, onde esses jovens se formem e nos ajude a formar outros jovens”, finaliza.

Fazendo história

Em 2020, a Marinha Americana formou sua primeira piloto negra de um caça na história do país. Madeline Swegle, se tornou a primeira piloto de caça afro-americana da Força Naval. A aviadora, que entrou para a história, recebeu homenagem da Academia Naval dos Estados Unidos nas redes sociais. A cerimônia para entrega de suas asas de ouro foi realizada no dia 31 de julho.

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