Caso Moïse: MPRJ vai apurar vazamento de vídeo

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu para que a polícia abra uma investigação para apurar o vazamento do vídeo com imagens que mostram o espancamento e morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (10) após uma reunião entre familiares da vítima, promotores e representantes da área de direitos humanos com o Procurador-Geral de Justiça Luciano Oliveira Mattos de Souza e o promotor Alexandre Murilo Graça, responsável por acompanhar o inquérito da Polícia Civil. O encontro ocorreu no prédio da Procuradoria Geral de Justiça, no Centro do Rio.

Faixa em protesto, no quiosque que Moïse foi assassinado – Foto: ONG Rio de Paz

Também foram pedidas para a polícia diligências complementares que deverão ser cumpridas no prazo de 30 dias. O pedido para apurar o vazamento do vídeo foi motivado após a reclamação de parentes de Moïse, que afirmaram terem conhecimento das imagens apenas através da imprensa.

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A família de Moïse relata que ele foi morto após cobrar uma dívida de R$ 200 reais por dias trabalhados no quiosque. O dono do Tropicália prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital e identificou os agressores do congolês por apelidos. No vídeo, três suspeitos que aparecem espancando Moïse já estão presos.

Os parentes do congolês também fizeram denúncias de intimidação policial quando buscavam informações sobre Moïse. O caso também está em investigação pela PM. Recentemente, sessenta entidades do Movimento Negro assinaram uma representação para que sejam investigadas as condições de trabalho em todos os quiosques da orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação foi protocolada pela Frente Nacional Antirracista (FNA), na pessoa da advogada e também coordenadora da Frente, Tamires Sampaio no Ministério Público do Trabalho (MPT). O objetivo é cobrar explicações e providências e evitar que novos casos como este aconteçam.

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