Caso Miguel: delegacia abre duas horas antes do expediente para ouvir Sari Corte Real

sari.jpeg

Mirtes, mãe do menino Miguel, não estava sabendo dessa manobra.

Não era nem seis da manhã quando a empresária Sari Corte Real, acusada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, chegou à Delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife, para prestar depoimento. A unidade policial, que normalmente abre às 8h, na manhã desta segunda-feira (29), abriu duas horas antes do expediente. O delegado do caso, Ramon Teixeira, já estava na delegacia quando Sari chegou acompanhada dos seus advogados e do marido, o prefeito da cidade de Tamandaré-PE, Sérgio Hacker (PSB).

Sari Corte Real foi ouvida fora do horário de expediente da delegacia (Foto: Reprodução / Internet)

Inconformada pela quebra de protocolo, a mãe de Miguel, Mirtes Renata, também foi até o local. Ela não estava sabendo que a delegacia abriria antes do horário para colher o depoimento de Sari Corte Real. A mulher está sendo ouvida 28 dias após a morte do menino, de cinco anos, que caiu de uma altura de 35 metros, no dia 2 de junho. No dia da morte, a primeira-dama de Tamandaré foi autuada em flagrante por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e responde em liberdade.

Outros depoimentos

Na última sexta-feira (26), o delegado Ramon Teixeira  recebeu os laudos periciais do prédio onde Miguel morreu. O resultado do laudo, no entanto, não foi revelado ainda. Na sexta-feira, Mirtes Renata foi ouvida pelo delegado. Além dela, nas últimas semanas, mais sete pessoas foram ouvidas sobre o caso. A previsão é de que o inquérito seja concluído até a próxima quinta-feira (2).

Polícia Civil explica manobra

Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco explicou os motivos para decidir abrir a unidade fora do horário do expediente.

“A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 1ª Delegacia Seccional de Polícia – Santo Amaro, informa que os advogados da acusada pelo homicídio culposo do garoto Miguel, de 05 anos, apresentaram requerimento ao Delegado que preside o Inquérito Policial solicitando a realização do depoimento em horário mais cedo que o de início do expediente da unidade policial. Considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares, o Delegado deferiu o requerimento. Saliente-se que esse deferimento não enseja nenhum prejuízo aos trabalhos de investigação levados a efeito pela Polícia Civil”, declarou.

Deixe uma resposta

scroll to top