Caso Beto Freitas: investigações ainda não foram concluídas

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Cinco meses após o assassinato de beto freitas apenas um dos seis investigados está preso

O caso ainda não tem previsão de quando irá a julgamento

Faixa de protesto na unidade em que o assassinato aconteceu – Foto: Reprodução / Internet

Cinco meses após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, o Beto Freitas (40), por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS), ainda não se sabe quando o caso terá um desfecho e apenas um dos seis investigados está preso.

Segundo o professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cristiano Rodrigues, em entrevista ao jornal O Tempo, existem muitas semelhanças entre os casos de George Floyd, nos Estados Unidos e de Beto Freitas, em Porto Alegre. “O caso de Floyd é exceção e não regra [condenação do agente Derek Chauvin]. Nos dois países, a população negra é a principal vítima de sistemas judiciários marcados pela discriminação racial”, afirma. 

De acordo com Cristiano, no Brasil, a narrativa da mídia sempre foi de procurar algum passado que desabone pessoas negras. “Em Porto Alegre, a primeira coisa que a imprensa fez foi pegar a folha corrida de João Alberto. A primeira ação sempre é verificar se a vítima era um cidadão de bem para justificar a morte”, lamenta. Ele ressalta ainda que essa narrativa midiática faz com que a sociedade, de um modo geral, não tenham empatia com pessoas negras vítimas de violência. “E a ausência de testemunhas faz com que policiais saiam impunes. Sempre é a palavra de um profissional da lei contra um cidadão que não tem o mesmo peso social”, completa.

Tentativa de pressionar

No último dia 28 de abril, o supermercado Carrefour depositou R$ 1 milhão na conta da viúva de Beto Freitas, Milena Borges Alves, sem nenhum tipo de acordo. Ela classificou como uma forma de pressão. “Estão tentando pressionar. Mas a meu ver é um tiro no pé”, analisa Carlos Barata, um dos advogados da viúva.

Em nota, divulgada nesta quarta-feira (28), o Carrefour informou que depositou “deliberadamente” a quantia para a viúva. “O depósito foi feito em uma conta criada com a finalidade de consignação extrajudicial para efeito de indenização e já está disponível para Milena, única familiar que ainda estava com a negociação de indenização em aberto”, disse a rede de supermercados.

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