Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

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Moradora de uma favela em São Paulo e catadora de papel, escritora Carolina Maria de Jesus começou a ficar famosa em 1958.

Carolina Maria de Jesus, uma das escritoras mais lidas do Brasil, ganhou o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A escritora mineira, falecida em 1977, aos 62 anos, é autora de livros como Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada, publicado em 1960, vendido mais de 3 milhões de livros, em 40 países e traduzido para 16 idiomas.

O título foi dado na quinta-feira (25) de forma unânime pelo Conselho Universitário da UFRJ. Quem recebe o título passa a ter os mesmos privilégios de quem concluiu um doutorado acadêmico tradicional.

Moradora de uma favela em São Paulo e catadora de papel, escritora Carolina Maria de Jesus começou a ficar famosa em 1958.

Sobre Maria Carolina de Jesus:

Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento-MG, em 14 de março de 1914, filha de negros que migraram para a cidade no início das atividades pecuárias na região. Oriunda de família muito humilde, a autora estudou pouco.

No início de 1923, foi matriculada no colégio Allan Kardec – primeira escola espírita do Brasil –, na qual crianças pobres eram mantidas por pessoas influentes da sociedade. Lá estudou por dois anos, sustentada pela Sra. Maria Leite Monteiro de Barros, para quem a mãe de Carolina trabalhava como lavadeira.

Mudou-se para São Paulo em 1947, quando a cidade iniciava seu processo de modernização e assistia ao surgimento das primeiras favelas. Carolina e seus três filhos – João José de Jesus, José Carlos de Jesus e Vera Eunice de Jesus Lima – residiram por um bom tempo na favela do Canindé.

Sozinha, vivia de catar papéis, ferros e outros materiais recicláveis nas ruas da cidade, vindo desse ofício a sua única fonte de renda. Leitora voraz de livros e de tudo o que lhe caía nas mãos, logo tomou o hábito de escrever. E assim iniciou sua trajetória de memorialista passando a registrar o cotidiano do “quarto de despejo” da capital nos cadernos que recolhia do lixo e que se transformariam mais tarde nos “diários de uma favelada”. A escritora publicou ainda mais três livros: Casa de Alvenaria (1961), Pedaços de Fome (1963), Provérbios (1963).

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