‘Bolsonaro virou as costas para a gente’, afirma líder de entidade ucraniana

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Em entrevista ao UOL, Vitorio Sorotiuk, que preside a Representação Central Ucraniano-Brasileira, criticou o presidente Jair Bolsonaro por ter insultado publicamente o mandatário ucraniano Volodimir Zelensky e que desrespeitou o país do leste europeu ao recusar um convite de visita antes da invasão. 

Bolsonaro (à esq.) e Putin apertam as mãos durante visita do brasileiro à Rússia. Foto: Agência Reuters

“O Bolsonaro ofendeu o presidente da Ucrânia e virou as costas para a gente. Ele apenas decidiu ir à Rússia e oferecer solidariedade ao Putin antes da invasão. Depois, disse que a posição era de neutralidade quando o segundo maior exército do mundo ataca um país pequeno. Espero que ele se comporte como presidente do Brasil, e não como Jair Bolsonaro.”, disse Sorotiuk. 

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Em entrevista coletiva de imprensa no dia 27 de fevereiro em São Paulo, Bolsonaro zombou do passado de comediante de Zelensky em meio ao conflito. “O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação. Ele [Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa situação aí”, disse. 

Também de acordo com a reportagem, o convite foi repassado pela Representação Central Ucraniano-Brasileira em carta protocolada no dia 30 de janeiro e encaminhada diretamente à Presidência da República, mas sem retorno.  

“Nesta reunião ele [Zelensky] nos informou que já fez um convite para que Vossa Excelência visitasse a Ucrânia (…). Que Vossa Excelência aproveite a viagem a Moscou para também visitar o presidente Volodimir Zelensky em Kiev (…). Gostaríamos de expressar que o conflito na fronteira da Ucrânia com a Rússia é também assunto do Brasil.”, dizia o trecho do comunicado. 

A reportagem também entrou em contato com a assessoria da Presidência da República e do Itamaraty para que se pronunciassem sobre o caso, contudo, não tiveram retorno. Na semana passada, a entidade lançou o Comitê Humanitas Ukraine Brasil para coordenar ações de ajuda humanitária no país. O órgão ainda busca apoio junto a senadores e deputados federais para que o Brasil receba refugiados da guerra na Ucrânia. 

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