Black Vagas auxilia profissionais negros na busca por trabalho

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Criado pelo Movimento Black Money, o programa integra profissionais negros e empresas 

No ano de 2020, foi registrado um recorde negativo de mais de 14,8 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No mesmo período, o Movimento Black Money (MBM) criou o programa Black Vagas, banco de vagas voltado apenas para profissionais negros. Segundo Alan Soares, um dos criadores do MBM, o projeto foi criado devido à crise sanitária do coronavírus e os impactos da pandemia na comunidade negra, o que gerou alto índice de desemprego. “O Black Vagas foi uma sugestão dada no final de 2018 pelo nosso time de colaboradores internos. Contudo, o Movimento Black Money desde seu início trabalha para criar suas próprias soluções, arraigadas no que deveria ser uma constante em qualquer que seja a esfera – com diversas frentes que promovem o empreendedorismo negro na era digital, e a transformação desse ecossistema, sempre reforçando o próprio conceito de black money e a necessidade de incentivar o networking e a manutenção do dinheiro produzido por essa comunidade dentro dela”, explica.

Em entrevista para o Notícia Preta, Alan Soares, informou que, ao perceber o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) diminuindo, taxa de desemprego e impactos da pandemia em alta, pensou que precisava criar algo para ajudar na mudança dessa realidade da comunidade negra. “Porém, a realidade dos fatos se impõe aos nossos desejos. Ao percebermos os efeitos da pandemia sobre os negócios pretos e a luta pela subsistência de nossa comunidade, tivemos que flexibilizar nossas posições”, afirma.

Para Alan, é preciso que as marcas façam mais que publicidades e posts nas mídias sociais solicitando diversidade, pois possuem um papel necessário no combate ao racismo e no apoio à luta antirracista. “Apoiar a luta antirracista é disseminar ideias e atitudes entre todas as camadas da sociedade e colaborar para criar um mundo mais justo e igualitário. Contratar, desenvolver e promover pessoas pretas, criar um ambiente de trabalho inclusivo, atender às necessidades específicas de clientes negros sem discriminação, entre outras ações, deveriam fazer parte da essência de cada empresa que, historicamente, foram ampliadoras desse fosso de desigualdades e têm obrigação de atuar para reverter essa situação”, enfatizou Alan.

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Alan Soares, fundador do Movimento Black Money Foto: Reprodução redes sociais

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O banco de profissionais Black Vagas é voltado para pessoas negras e empresas que desejam ter esses trabalhadores, sendo necessário acessar o site do MBM e realizar o cadastro de acordo com as instruções. Ainda segundo Alan, as instituições que o MBM busca para utilizar o banco de vagas são organizações que se baseiam em três pilares. Fortalecimento da sua marca empregadora junto à população negra, com o objetivo de atrair talentos negros; tornar a empresa conhecida como uma marca que abrange a diversidade racial e fortalece a comunidade afro brasileira e o auxílio na busca, atração e seleção de candidatos negros. “Como um grande case de sucesso podemos citar a Credicard, que através de um projeto de design de experiência construímos um novo produto, o Credicard ON MBM, afirma.  

Segundo Alan, a principal dificuldade em manter um projeto como o Black Vagas é mostrar às empresas que é necessário fazer muito mais do que é feito por elas atualmente. “Argumentar com as instituições que aportes financeiros em programas de equidade racial são essenciais é preciso, mas também é necessário dar visibilidade, respaldo e incentivo a ações afirmativas de maneira contundente e engajada também é obrigatório por parte das empresas”, concluiu Alan Soares.

Para os profissionais da comunidade negra que desejam fazer o cadastro, e as empresas que desejam ter acesso a estes perfis, basta clicar aqui e seguir o passo a passo. 

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